Um morador da reserva extrativista Chico Mendes acusa o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) de ter destruído seu trator durante uma operação realizada no quilômetro 59 da unidade de conservação. Júnior Santos, de 26 anos, afirma que o veículo foi danificado de forma irreversível enquanto ele transportava madeira para a construção de uma ponte que ligaria as comunidades dos quilômetros 59 e 52.
Segundo o relato, ele foi surpreendido pela chegada de agentes do ICMBio durante o trabalho. “Nós estávamos lá e fomos informados que o ICMBio estava vindo. Como eles pegam a gente, prendem, humilham, falam o que quiser com a gente, eu corri”, contou. Para evitar problemas maiores, Júnior disse que deixou a chave do trator para facilitar a apreensão, mas que os agentes ultrapassaram todos os limites. As informações são do site O Alto Acre.
“Deixei logo a chave para eles pegarem e darem a multa. Mas estouraram o motor, furaram os pneus, danificaram a madeira e ainda furtaram a bateria e outras peças”, afirmou. A denúncia gerou repercussão na Câmara Municipal de Brasileia, onde o vereador Zemar Gerônimo classificou a ação como arbitrária e ilegal.
De acordo com o parlamentar, o trator deveria ter sido apenas apreendido, mas foi totalmente destruído. “Essa atitude do ICMBio está à margem da lei. O rapaz estava apenas fazendo um frete de madeira para uma ponte. Quatro carros cheios de homens armados chegaram, todos correram, mas o trator ficou. Eles derramaram o óleo e ligaram o motor até fundir”, relatou.
O vereador também criticou a falta de diálogo do ICMBio com a comunidade e solicitou um relatório completo da operação, com a identificação dos agentes envolvidos e um inventário dos danos causados ao trator e à madeira.
Diante da repercussão, a Câmara Municipal disponibilizou um advogado para acompanhar o caso e exigiu explicações formais do ICMBio. O assessor jurídico da Casa foi designado para tomar as medidas legais cabíveis.