“Agir politicamente não se restringe a votar ou participar de estruturas partidárias ou governamentais. Por mais limitado que ele seja, tem-se, num mandato, a oportunidade contribuir de forma mais efetiva com a sociedade”, assim concebeu o deputado estadual Nicolau Júnior (Progressistas), de 40 anos, ao tomar posse pela terceira vez na presidência da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Filho de uma tradicional família de empresários cruzeirenses, o parlamentar, que está no seu terceiro mandato consecutivo, principalmente por ter um perfil moderado e conciliador, quer ajudar a transformar o Acre no estado desenvolvido e mais justo. “O Acre respira liberdade para produzir, é exportador e em breve estará em outro patamar de prosperidade”, assegura o presidente.
Embora o papel de um parlamentar seja basicamente apresentar leis e fiscalizar o executivo, a atuação de Nicolau, que tem como principal parceiro o colega Luiz Gonzaga, de quem já foi primeiro-secretário na última legislatura, vai além disso. Ele é um dos responsáveis pela modernização do Poder, bem como o principal sustentáculo do projeto político cujo ex-cunhado, o governador Gladson Cameli, é o comandante em chefe.
“Com o desenvolvimento da produção de grãos (soja e milho), poderemos intensificar a piscicultura, a criação de aves e principalmente de suínos, alimentando-os com uma ração regionalizada. A pecuária de corte, que ainda não está consolidada, precisa incorporar ciência e tecnologia para se expandir nas regiões dos Vales do Juruá e Purus”, assim vislumbra o deputado, que pretende aproximar a Aleac da população.
Apesar de um verdadeiro boom econômico nos últimos anos, ainda somos o segundo estado mais pobre do país, ficando à frente apenas do Estado de Roraima, que tem dois terços de seu território formado por áreas de proteção ambiental.
Para falar sobre desenvolvimento regional, parcerias com o governo, acreanidade e assuntos do parlamento, a nossa reportagem foi até à Aleac. Na sala da comunicação, Nicolau Júnior falou sobre este novo momento. Vejam os principais trechos da entrevista:
O Acre Agora – Por que o senhor fala que ajudar a transformar o Acre é a sua missão?
Nicolau Júnior – O Acre é um dos lugares onde mais se ressentia de políticas públicas proativas e consequentes. Apesar das riquezas existentes neste maravilhoso local, todas elas seguiam subexploradas. Só agora, nos governos do Gladson, somos a última fronteira agrícola. Embora existam outras atividades econômicas viáveis, o agronegócio é o carro-chefe, até porque fazemos parte de um corredor de exportação, ou seja, a nossa posição geográfica é estratégica. Eu não posso deixar de apoiar um projeto que está tirando o Acre do subdesenvolvimento. Todos os acreanos deveriam ter isso como missão.
Mas essa a sua posição não enfraquece a democracia, uma vez que os poderes dever ser independentes?
Nicolau Júnior – Quando temos um projeto de desenvolvimento que aumenta o PIB e a renda e a dos acreanos, como é o nosso caso, algo que só aconteceu nos tempos áureos da borracha, temos que nos unir em torno disso. Somos poderes independentes, mas harmônicos. Essa relação de respeito, união e parceria muito nos orgulha. Estamos fortalecendo os mandatos e o Poder Legislativo. Cada deputado, só como exemplo, tem emendas anuais no valor de R$ 4 milhões.
O senhor fala que valorizou a Casa. Explique isso?
Nicolau Júnior – Quando assumimos, pela primeira vez, os servidores estavam há nove anos sem aumento. Fomos organizando e estruturando os setores administrativos, modernizando-os para esses novos tempos da era digital e de comunicação. E fizemos muita economia porque prezamos pelo pagamento dos servidores em dia, bem como dos pagamentos dos prestadores de serviços e fornecedores. Enfim, somos uma Casa organizada, saneada financeiramente e respeitada. Ah, vamos aproximar ainda mais a Aleac da população.
Se a Aleac está nessas condições, então haverá concurso ainda neste ano?
Nicolau Júnior – Sim. Já existe uma comissão formada desde o ano passado. E estamos também fazendo um novo organograma, justamente para nos adequarmos a esses novos servidores e às transformações que o serviço público exige.
Falando em mudanças e adaptações, a Aleac terá uma nova sede?
Nicolau Júnior – Pode ter certeza. Recebemos a doação de um terreno na região administrativa da cidade, ali nas proximidades do Tribunal de Justiça. Uma empresa está fazendo o projeto e deve concluir agora em fevereiro.
O senhor é candidato a governador?
Nicolau Júnior – Olha, o deputado que falar que não tem vontade de governar a cidade ou o estado onde ele nasceu, podemos dizer que ele é muito comedido. Sem demagogias, todos queremos crescer politicamente. Tudo isso vai depender do desempenho e das relações que os mandatos desenvolverem. Para chegar a esses cargos, também precisamos ser humildes e serenos, uma vez que a política é complexa e turbulenta.
O que é a identidade acreana?
Nicolau Júnior – Como certeza não é apenas o RG. Ser acreano é um sentimento de amor por esta terra e pela nossa gente. É ver o idoso sendo cuidado e respeitado. É ver as nossas crianças longe de perigos, seguindo rumo a uma boa formação intelectual e de valores e princípios cristãos, mas principalmente dotando-as de oportunidades. Acreanidade é respeitar a nossa cultura e tradições, da mesma forma que o meio ambiente. Por fim, acreanidade é bem-viver, é felicidade.