Mercado de delivery no Acre pós-pandemia: o que dizem os empresários

O mercado de delivery (entrega) já estava em pleno crescimento no Acre, em especial na capital Rio Branco, quando se iniciou a pandemia do coronavírus, em meados de março de 2020. Contudo, devido às medidas restritivas, teve um crescimento acentuado neste período. Neste ramo quem mais se destacou foram as lanchonetes, restaurantes, mercados e similares. A oferta ao consumidor que estava respeitando as orientações de distanciamento social era enorme. A demanda do fast-food delivery cresceu acentuadamente e, com isso, inúmeros pequenos negócios e negócios familiares foram criados no país.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, encomendada pela VR Benefícios, a proporção de restaurantes, lanchonetes, padarias e mercados brasileiros que fazem delivery passou de 49% antes da pandemia, para 81% depois das medidas restritivas impostas pelo coronavírus.

Com a reabertura gradual dos restaurantes, bares e similares e com o avanço da vacinação na capital, imaginou-se uma queda significativa no serviço de delivery. Mas não é isso que está ocorrendo, segundo o empresário Ítalo João, consultado pelo oacreagora.com. Sócio do restaurante Cozinha Farofa Brasil, ele diz que inicialmente o movimento teve uma leve queda, mas se recuperou rapidamente.

“Com muita gente voltando a trabalhar, mais gente voltou a precisar almoçar longe de casa. Investimos em anúncios publicitários na internet e em rádios locais e estamos satisfeitos com o crescimento do setor. O delivery veio para ficar”, disse Ítalo.

Já o empresário Júnior Monte, proprietário do restaurante Mineirart, especializado em comida mineira, acredita que o mercado de delivery já sente uma significativa queda após a reabertura de bares e restaurantes.

Ítalo João, sócio do restaurante Cozinha Farofa Brasil/Foto: O Acre Agora

“Muitos estabelecimentos estão reduzindo o número de motoboys, porque não estão tendo o mesmo sucesso que tiveram na pandemia. Fora isso, é só ver as inúmeras ofertas que os aplicativos de alimentação estão oferecendo todo dia, em uma clara tentativa de reaquecer o mercado”.

A proprietária da lanchonete Lampião – especializada em hambúrgueres artesanais – acredita que quem tiver preço competitivo, bom serviço e qualidade, permanecerá forte no mercado, mesmo após a pandemia. “O delivery é um caminho sem volta”, sentenciou ela.

O que dizem as pesquisas?

As primeiras pesquisas mais completas sobre o crescimento do delivery em 2020 demonstram uma realidade que já vivíamos em nossas rotinas.

Em sondagem realizada pela Industry Insights, podemos ver que o perfil de consumidor de delivery se aprofundou durante a pandemia. Pelas respostas coletadas, metade da população pode ser considerada light user – utiliza a entrega em domicílio pelo menos uma vez por mês.

Já 30% dos entrevistados consideram sua frequência entre 2 vezes por mês ou 1 vez na semana. Uma porcentagem considerável, de 19%, entra no perfil heavy user — usa delivery entre 2 e 4 vezes na semana.

Analisando esses números fica claro que o delivery não apenas aumentou em demanda, como ele vem se consolidando como um hábito rotineiro para os brasileiros, que deve se sedimentar em paralelo às outras opções. O futuro para o food service, portanto, é de multicanalidade (estratégia empresarial em que uma empresa oferece diferentes canais de atendimento aos seus clientes, de maneira integrada, com o objetivo de gerar uma melhor experiência para o cliente), e variação de experiências de consumo.

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