Marina deve depor sobre queimadas na Câmara dos Deputados: ‘Incompetência’

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, natural do Acre, está programada para depor na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira (15). A oitiva, aprovada na sessão da semana anterior, visa esclarecer o agravamento das queimadas no Brasil.

Inicialmente convocada pelo presidente da Comissão, Evair de Mello (PP-ES), a audiência foi transformada em convite após negociações com a base governista e a intervenção do Palácio do Planalto. Evair de Mello justificou o pedido afirmando que o governo federal tem sido ineficaz em lidar com a crise climática. “Precisamos ouvir a ministra Marina Silva para expor sua incapacidade em conter as queimadas, que estão em alta”, criticou o parlamentar.

Mello foi ainda mais incisivo, alegando que a ministra tem se esquivado do problema, enquanto propõe medidas que afetam o setor rural. “Marina se desfez diante da crise climática, propondo confisco de terras e gerando insegurança no campo. Precisamos de respostas práticas e não de ideologia”, acrescentou.

Recentemente, a própria ministra admitiu que a estratégia do governo para conter as queimadas durante o período de seca não atingiu os resultados esperados. Marina reconheceu que o Brasil está enfrentando os efeitos das mudanças climáticas de maneira mais severa do que o previsto.

“O que estamos percebendo agora é que o planejamento feito não foi suficiente. Admitir essa realidade, sem tentar maquiar ou minimizar os fatos, é parte de uma postura transparente e responsável”, afirmou a ministra durante uma entrevista concedida à Folha de S.Paulo antes de sua participação na Cúpula do Futuro, evento realizado durante a 79ª Assembleia Geral da ONU, nos Estados Unidos.

Os dados mais recentes sobre queimadas, divulgados pela ONG MapBiomas, apontam que, em agosto, o Brasil sofreu quase metade de todos os incêndios florestais registrados em 2024. Aproximadamente 5,65 milhões de hectares foram devastados, área equivalente a 49% do total destruído desde o início do ano, uma extensão comparável ao estado da Paraíba.

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