O procurador de Justiça do Acre, Sammy Lopes, não foi o escolhido para ocupar a vaga do Ministério Público no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após meses de indefinição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo e indicou a procuradora Marluce Caldas para o cargo.
A decisão encerra uma longa disputa nos bastidores e frustra parte da classe jurídica acreana, que via na candidatura de Sammy a chance histórica de o estado ter, pela primeira vez, um representante na cúpula do Judiciário nacional.
Marluce é tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC. Reeleito no primeiro turno em 2024, o gestor alagoano negocia uma possível migração para a base aliada do governo Lula, movimento que deve se concretizar com a posse da tia no STJ.
Sammy Lopes fazia parte da lista tríplice formada pelo Ministério Público da União, que também incluía Marluce e o subprocurador Carlos Frederico Santos. Segundo interlocutores em Brasília, o acreano perdeu força política após ser associado ao ministro Mauro Campbell, do STJ, envolvido em articulações que teriam contribuído para a exclusão do juiz Rogério Favreto (TRF-4) da lista paralela destinada à magistratura.
Nos bastidores, a escolha de Marluce é interpretada como um gesto estratégico de Lula para fortalecer alianças em Alagoas, onde a disputa política envolve nomes como o senador Renan Calheiros (MDB) e o deputado Arthur Lira (PP), presidente da Câmara até 2025.
A nomeação será oficializada nos próximos dias, e Marluce Caldas assumirá o posto no STJ após aprovação no Senado.