A Justiça negou dois pedidos apresentados pelos advogados de Jairton Bezerra, acusado de matar a ex-mulher, Paula Gomes da Costa, na frente da filha do casal, uma menina de 7 anos. A decisão foi tomada pelo juiz Álisson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco.
A defesa tentava garantir o direito à justiça gratuita, o que livraria o réu das custas do processo. Também pediu a retirada da causa de aumento de pena pelo crime ter ocorrido na presença da criança. Os dois pedidos foram indeferidos.
O assassinato aconteceu em abril do ano passado, na Rodovia AC-10. Paula caminhava ao lado da filha e do ex-sogro quando foi surpreendida por Jairton, que chegou de carro e pediu para conversar. Ela recusou e, logo em seguida, foi atacada com uma faca. O pai do acusado tentou intervir, mas foi empurrado. Paula foi morta com 10 golpes, na frente da filha.
Depois do crime, Jairton fugiu levando a criança. Ele ficou foragido por dez dias até se entregar à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi preso, já que havia um mandado de prisão em aberto.
Na decisão, o juiz afirmou que o acusado não apresentou documentos que comprovem a necessidade do benefício da justiça gratuita. A defesa ainda poderá entregar os papéis, e o pedido será analisado novamente. Quanto à tentativa de excluir o agravante por a vítima ter sido morta diante da filha, o magistrado foi direto: há elementos suficientes que mostram que a criança presenciou o crime, por isso o tema não será discutido neste momento do processo.
O caso está em andamento com prioridade, e a audiência de instrução e julgamento deve ser marcada nos próximos dias. Se a Justiça entender que há provas suficientes, Jairton será levado a júri popular.