O ex-padre Fábio Amaro foi absolvido pela Justiça do Acre da acusação de estupro feita por um jovem em 2023. A decisão é da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Rio Branco e considerou a ausência de provas suficientes para sustentar a denúncia. O caso ainda pode ser alvo de recurso.

Na sentença, o juiz destacou que os depoimentos prestados durante a instrução foram superficiais e que não houve documentos que comprovassem consequências do crime. Ressaltou ainda que, em casos dessa natureza, a palavra da vítima precisa ser respaldada por outros elementos para afastar dúvidas sobre a materialidade.

A denúncia teve origem em reportagem da Rede Amazônica Acre, em maio de 2023, que revelou o caso. Amaro chegou a ser indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público, acusado de abusar de um adolescente entre 2008 e 2009. Ele sempre negou conhecer as vítimas e refutou a existência de um acordo citado pelo bispo Dom Joaquín Pertiñez.

A vítima, que afirma ter sido abusada dos 15 aos 16 anos, declarou estar indignada com a decisão e disse que pretende recorrer. Em entrevista, afirmou acreditar que seu relato seria suficiente para a condenação e pediu que outras vítimas não se calem. As informações são do G1 Acre.

A Diocese de Rio Branco informou que, ao tomar conhecimento das denúncias, afastou Amaro de suas funções e exigiu sua renúncia. Dom Joaquín Pertiñez afirmou, à época, que o ex-padre teria admitido os abusos, mas explicou que não levou o caso à polícia porque o protocolo do Vaticano exige denúncia formal por escrito das vítimas, o que não ocorreu.

Na defesa apresentada em juízo, a advogada Emília Florentino sustentou a inexistência de provas, apresentando atas declaratórias e depoimentos que contestavam a acusação. A Justiça acolheu integralmente a tese, absolvendo Fábio Amaro com base na presunção de inocência e na falta de elementos consistentes para condenação criminal.