No dia em que o Distrito Federal bateu recorde de mortos por covid-19, a juíza federal Katia Balbino de Carvalho Ferreira, da 3ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, estipula que o governo distrital deverá retomar o lockdown a partir da próxima quinta-feira.
A medida valerá até que a lotação das UTIs fique entre 80% e 85% e que a fila de pacientes com covid-19 à espera de leito de terapia intensiva diminua para 100 pessoas. A decisão foi publicada nesta terça-feira.
Com a determinação, o funcionamento do comércio de rua, clubes, shoppings, bares e restaurantes voltará a ser suspenso, conforme decreto que vigorou entre o final de fevereiro e o último domingo. Apesar do colapso do sistema de saúde, o governador Ibaneis Rocha (MDB) havia afrouxou o isolamento na segunda-feira. O toque de recolher, das 22h às 5h, continua vigente.
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“O risco de grave dano irreparável a justificar a concessão da tutela resta evidente, uma vez que, em meio a uma crise sanitária sem qualquer precedente, o Distrito Federal está “à beira” do colapso no sistema de saúde, não havendo qualquer dado a justificar e fundamentar a flexibilização de atividades, ainda mais às vésperas do Feriado de Semana Santa”, escreveu na decisão.
A ação foi movida pela Defensoria Pública da União (DPU) contra a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), a União, o Distrito Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Questionado pelo GLOBO se irá recorrer, o governo do Distrito Federal não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Com o avanço do número de casos e de mortes e a superlotação de hospitais, o Distrito Federal vive o pior momento da covid-19. Foram 94 vítimas fatais, o número mais alto desde o início da pandemia, só nas últimas 24 horas. Ao todo, a doença já ceifou 5.912 vidas e infectou 343.111 pessoas. Os dados são da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).