A Indústria 4.0 é o futuro dos meios de produção e, como explanado no último artigo, já se faz presente, mesmo que de forma muito tímida, nas empresas brasileiras. A transformação digital do setor é uma realidade que se aproxima e definirá o futuro dos empreendimentos nas próximas décadas. No entanto, o setor ainda engatinha em solo brasileiro em relação aos países desenvolvidos da Europa, América do Norte e até mesmo alguns emergentes da Ásia/Oriente Médio.
Para que essa realidade seja comum no cotidiano dos brasileiros, são necessários diversos esforços intensivos para agilizar as mudanças. Dentre eles é urgente o fortalecimento do Centro Afiliado para a Quarta Revolução Industrial, o C4IR Brasil. Criado em dezembro de 2020, o grupo é uma iniciativa público-privada entre o Governo Federal, o Estado de São Paulo (maior centro financeiro brasileiro e da América Latina), o Fórum Econômico Mundial e diversas áreas do setor privado.
O C4IR Brasil prepara as empresas para as inovações básicas e necessárias a partir de princípios e pilares. Como explicitado, o termo Indústria 4.0 surgiu em 2011 a partir do projeto do grupo de trabalho presidido por Siegfried Dais e Henning Kagermann para o governo alemão. Em 2012, eles apresentaram as recomendações planejando a implementação e desenvolvimento do conceito que criaram. Para os idealizadores, existem seis princípios que caracterizam a Indústria 4.0. São eles:
1 – Tempo real
É a capacidade de coletar e tratar dados de forma instantânea, permitindo uma tomada de decisão qualificada em tempo real.
2 – Virtualização
É a proposta de uma cópia virtual das fábricas inteligentes graças a sensores espalhados em toda a planta. Assim, é possível rastrear e monitorar de forma remota todos os processos.
3 – Descentralização
Parte da ideia da própria máquina ser responsável pela tomada de decisão por conta da sua capacidade de autoajuste, avaliação das necessidades em tempo real e fornecimento de informações sobre os ciclos de trabalho.
4 – Orientação a serviços
Princípio que tem como premissa a capacidade dos softwares de disponibilizarem soluções como serviços conectados com toda a indústria.
5 – Modularidade
Permite que módulos sejam acoplados e desacoplados segundo a demanda da fábrica, oferecendo grande flexibilidade na alteração de tarefas.
6 – Interoperabilidade
Pega emprestado o conceito de internet das coisas, em que as máquinas e sistemas possam se comunicar entre si.
Como é perceptível, cada conceito tem suas particularidades. Porém, todos têm em comum o objetivo de tornar as máquinas mais eficientes. Partindo destes princípios acima, listarei algumas tecnologias que podem ser consideradas pilares de toda essa sistemática. Aqui, vou me ater a apenas 10 que estão viabilizando a quarta Revolução Industrial:
Internet das Coisas – conexão de aparelhos físicos à rede;
Big Data – armazenamento de dados em quantidade imensa;
Inteligência artificial – tomada de decisão da máquina;
Segurança – robustez nos sistemas de informação;
Computação em nuvem – servidores compartilhados;
Cobots – robôs colaborativos que desempenham tarefas difíceis;
Digital Twin – simulação, rastreamento de falhas e coleta de dados para facilitar a manutenção preventiva;
Manufatura Aditiva – impressão 3D;
Biologia Sintética – construção de novas partes biológicas;
Sistemas Cyber Físicos-CPS – integração entre máquinas e sistemas.
Esses pilares e tecnologias se manifestam na prática graças a uma série de avanços alcançados nas últimas décadas. É esse conjunto de novidades que chamamos de Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, como falamos antes. Por isso é importante se atentar nestes novos conceitos, mantendo sempre o foco nos seus projetos e alinhando com as novas tendências de mercado. Tudo isso é caminho para se construir um futuro totalmente diferente e marcar as próximas gerações.
Sou Jebert Nascimento, empresário, advogado, administrador e contador acreano
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