A Polícia Civil do Acre trata como prioridade a investigação da denúncia de estupro feita pela turista chilena Loreto Belen, que afirma ter sido vítima de violência sexual durante uma vivência cultural na Aldeia Me Nia Ibu, do povo Huni Kuî, no município de Feijó.
De acordo com o delegado Dione Lucas, responsável pelo caso, a turista apresentou boletim de ocorrência acompanhado de provas, como vídeo parcial do ritual, sinais de lesões e comprovantes de pagamento pela atividade contratada. Diante dos elementos, foi solicitada à Justiça a prisão preventiva do líder indígena Isaka Ruy, apontado como autor do abuso. O pedido foi aceito, mas o investigado fugiu antes que o mandado fosse cumprido.
O delegado informou que a polícia já monitorava os passos de Isaka, mas a divulgação pública do caso pela vítima acabou interferindo na operação. A corporação considera legítima a manifestação da denunciante, mas acredita que a exposição antecipada acabou facilitando a fuga do suspeito. As buscas continuam, e a previsão é concluir a investigação até a próxima quarta-feira.
Segundo o relato de Loreto, o abuso ocorreu durante uma imersão cultural que ela contratou com a aldeia. Durante a experiência, foi conduzida à mata sob a justificativa de participar de um ritual, onde, conforme afirma, foi violentada. Parte da ação foi gravada com o celular da vítima, mas o aparelho foi tomado antes do término da filmagem. Ela também relata ter sido agredida e expulsa da comunidade.
Com apoio da Assistência Municipal para Mulheres, Loreto conseguiu chegar à delegacia e entregar os materiais como prova. A Polícia Civil reiterou seu compromisso com a elucidação do caso, o respeito ao devido processo legal e a responsabilização dos envolvidos.