O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), deixou claro nesta quinta-feira (9) que qualquer articulação política sobre as eleições de 2026 só será válida se partir dele. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa e serviu como resposta a movimentações recentes dentro do próprio governo.
Visita ao MDB causa desconforto
Na quarta-feira (8), a vice-governadora Mailza Assis (PP) e os secretários Luiz Calixto e Jonathan Donadoni, chefe da Casa Civil, visitaram o diretório regional do MDB em Rio Branco. O gesto foi interpretado como tentativa de articulação política antecipada, o que gerou incômodo no Palácio Rio Branco.
O encontro marcou uma reaproximação entre aliados do governo e o MDB, partido que teve atritos com o grupo de Cameli nas eleições municipais de 2024. Durante a reunião, Donadoni chegou a apertar as mãos de Vagner Sales, pai da ex-deputada Jéssica Sales, e sugeriu possíveis alianças envolvendo vagas de vice-governador e Senado.
Reação do governador
Cameli elogiou inicialmente o diálogo com o MDB, chamando a aproximação de “positiva” e “um gesto de humildade política”. No entanto, ao comentar as falas de Donadoni sobre as vagas majoritárias, o governador endureceu o discurso.
“Eles não estão autorizados a falar sobre sucessão. Está definido que Mailza é minha candidata ao governo, e as conversas sobre o Senado já estão avançadas com o senador Marcio Bittar”.
Candidaturas e alianças
Gladson confirmou que pretende disputar o Senado em 2026 e que deve deixar o governo em abril do mesmo ano para concorrer. Disse ainda que Mailza Assis é sua sucessora natural e que há espaço para discutir vice e suplências, desde que dentro do alinhamento com o senador Marcio Bittar (PL).
“Não vou permitir que secretários tratem dessas vagas. As decisões estão sendo tomadas em conjunto e de forma responsável”.
Possíveis nomes e articulações
Questionado sobre uma possível candidatura do prefeito Tião Bocalom (PL) ao governo, Cameli foi categórico: “Minha candidata é a Mailza. Essa questão não está em debate.”
Ao ser perguntado se o MDB poderia indicar o vice na futura chapa, o governador não descartou a hipótese.
“Tudo pode acontecer. A senhora Jéssica Sales seria um bom nome para vice também.”
Controle sobre o processo político
Com as declarações, Gladson Cameli tenta conter disputas internas e reafirmar seu comando sobre as negociações políticas da base aliada. O governador destacou que as conversas sobre 2026 seguirão centralizadas em seu gabinete, sem interferências ou articulações paralelas.
