MDB para todo o gosto
O MDB acreano é definitivamente um partido complexo. Sua candidata ao governo, a deputada federal Mara Rocha, é bolsonarista assumida. O partido tem como candidata à presidência, Simone Tebet. Como é que fica?
MDB ambidestro
De última hora, após os 44 do segundo tempo, a sigla convidou a também bolsonarista Marcia Bittar para disputar o senado. Convite aceito. Ao contrário do socialista Jenilson Leite, que também recebeu o convite do partido, mas recusou a oferta.
Aprendizado
Por falar em Jenilson Leite, vale o registro: o que o Partido dos Trabalhadores (PT) fez com ele foi a mais profunda covardia. Que fique a lição.
Forte
Mesmo com todo o atabalhoamento e insegurança com que conduziu o processo até aqui, a candidatura do Jorge Viana ao governo, com o ex-prefeito Marcus Alexandre como seu vice, bagunça o já tumultuado tabuleiro eleitoral deste ano. A chapa é forte, tem apego e pode crescer.
Improvisada
Outro que abusou de fazer bobagens na condução da pré-campanha foi o governador Gladson Cameli. Teve uns quatro vices anunciados e meia dúzia de candidatos ao senado. Prometeu demais, cumpriu de menos e chega na campanha com uma chapa improvisada.
Espatifou
Ao aceitar o convite para ser candidato ao senado, o ex-deputado petista Ney Amorim implodiu a já fraca chapa de candidatos a federal do Podemos. A chance de a sigla atingir os 80% do quociente eleitoral para tentar uma cadeira diminuiu demais.
Traído
Outro que se sentiu traído nessa bagunça que virou este período pré-eleitoral foi o prefeito Tião Bocalom. Sempre um fiel defensor da candidatura da senadora Mailza Gomes à reeleição, fora informado somente no final da tarde de sexta-feira que ela iria aceitar o convite para concorrer a vice de Gladson. O velho Boca nem foi à convenção do partido.
Bom nome
Quem anda mais discreto do que nunca é o presidente do PSDB acreano, Manoel Pedro, o Correinha. Fiel seguidor da família Bittar, terá que ser comedido na campanha de ambos. É que o dirigente partidário é o atual presidente da Fundação Elias Mansour, nomeado por Cameli.
Prejuízo
O governador Gladson Cameli é sem dúvida o maior prejudicado com o espatifado no ninho da pata, causado por ele mesmo antes das convenções partidárias.
Dois coelhos
Ao passar a perna no senador Marcio Bittar, negando a vaga de vice à ex-esposa do senador licenciado, Cameli ganhou dois oponentes: Jorge Viana e também o senador Marcio Bittar.
Mais fraco que caldo de piaba
Gladson mostrou que não tem, sequer, condições de manter em torno de si uma aliança. Seu governo, ademais, é fraco, ineficiente e sem resultados palpáveis.
Piada pronta
O pior é ler de alguns jornalistas que a eleição pode ser definida no primeiro turno. Menos, pessoal, menos.
Sem saída
A coluna procurou uma fonte do PT na tentativa de descobrir o porquê de Jorge Viana ter recuado em sua decisão de sair ao Senado e enfrentar uma disputa ao governo. A reposta foi que a acusação de Bittar, segundo a que JV estaria sendo beneficiado por Gladson, não deixou alternativa ao petista.
Fio da meada
Pelo que se sabe, esse suposto acordo teria decorrido da aposta que Cameli faz da vitória de Lula à Presidência da República. Com Jorge no Senado, ele receberia apoio para se livrar do imbróglio que se me meteu com a Polícia Federal.
Deu ruim
Ocorre que a candidatura de Bittar pôs água na fervura. Cameli ficou sem ‘o vice dos sonhos’ (Alan Rick) e ainda acabou por perder o apoio de Bolsonaro. Lula, como se sabe, estará no palanque de Jorge Viana.
Não tem nada definido
Para os aloprados que acham que Cameli vence no primeiro turno, uma sugestão: tratem de comprar calmante, porque a parada vai ser dura. Não tem candidato eleito. Qualquer um pode vencer a eleição.