O cenário político rumo a 2026 ganhou um novo contorno nesta quarta-feira. Embora o prefeito Tião Bocalom mantenha discrição pública sobre sua participação na disputa, uma fonte do alto escalão da Prefeitura de Rio Branco garantiu ao O Acre Agora que o chefe do Executivo municipal não pretende recuar. Segundo essa liderança, a decisão de concorrer ao Palácio Rio Branco “está tomada há muito tempo”.
O prefeito tem adotado um discurso moderado e evita tratar do tema abertamente, mas, nos bastidores, aliados próximos afirmam que sua posição é firme. De acordo com a fonte consultada pela reportagem, Bocalom avalia que vive seu momento político mais sólido e entende que não há motivos para rever seus planos. “Ele não volta atrás. Não há hipótese”, resumiu.
A movimentação ocorre no mesmo ambiente político que envolve a vice-governadora Mailza Assis, também apontada como pré-candidata dentro do grupo de direita. Ao comentar o assunto, o governador Gladson Cameli optou pela cautela. Diante de questionamentos sobre uma possível composição entre Mailza e Bocalom, respondeu: “Isso aí cabe a Deus”, evitando antecipar qualquer definição enquanto as conversas seguem entre os partidos aliados.
Gladson disse considerar natural que lideranças testem seus nomes, mas reforçou que a prioridade do grupo é preservar a unidade. “Do que depender desse governador aqui, vai chegar todo mundo unido num palanque só, independente de quem seja: candidato A, B ou C. O que nós temos que fazer é manter uma aliança”, afirmou, citando o desempenho eleitoral de 2022 e 2024 como base para repetir o sucesso em 2026.
A combinação entre a postura reservada de Bocalom e a convicção revelada por sua equipe mostra que o grupo governista ainda terá um processo delicado pela frente. Enquanto Mailza se esforça para consolidar apoios internos, o prefeito já teria fechado posição a favor da candidatura. Dentro do Palácio Rio Branco, interlocutores admitem que a construção de uma chapa única dependerá de diálogo estreito entre PP, PL e União Brasil, que formam o núcleo mais forte da direita no estado.
O fato é que, apesar da prudência nas declarações públicas, Bocalom entra em 2026 com um ponto definido nos bastidores: ele está no páreo — e não deve sair.
