Filipe Luís faz mistério sobre escalação e espera dar minutos para Pedro

Flamengo teve dois dias para se preparar para a semifinal do Intercontinental, depois de vencer o Cruz Azul (México) na quarta-feira. O próximo adversário é o Pyramids (Egito), neste sábado, às 14h (de Brasília), no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, no Catar. Há chances de Filipe Luís poupar alguns jogadores, mas o técnico fez mistério sobre a escalação em entrevista coletiva na véspera da partida:

— Não posso adiantar nada para vocês. Temos o dia de hoje e parte do dia de amanhã para decidir em função da recuperação dos jogadores. Tem jogadores com mais de 30, 33 anos. A recuperação depois de três dias não é completa. Nosso adversário descansou para jogar esse jogo e nós não. Temos que achar uma equipe competitiva, sólida e fresca.

Uma das novidades neste confronto pode ser Pedro, que se recupera de uma lesão na coxa esquerda. O atacante treinou parcialmente com o grupo na quinta-feira, e Filipe Luís vive expectativa de dar alguns minutos ao camisa 9 contra o Pyramids, a depender de avaliação no treino desta sexta:

— Muito bom ter o Pedro com a gente no campo. Deu para ver que voltou com confiança, alegria e vontade que estava antes da lesão do braço. Nosso planejamento para ele depende da evolução dele dia a dia. Nesse treino de hoje vamos decidir se ele pode ter minutos ou não amanhã. Minha expectativa é que ele tenha minutos.

Caso passe pelo Pyramids, o Flamengo vai enfrentar o PSG (França) na final do Intercontinental. Em junho, quando disputou a Copa do Mundo de Clubes, o time de Filipe Luís se deparou com equipes da primeira prateleira da Europa: venceu o Chelsea (Inglaterra) na primeira fase e foi eliminado pelo Bayern de Munique (Alemanha) nas oitavas de final. O técnico destacou a diferença na repercussão que a derrota para o clube alemão teve dentro e fora do Brasil:

— Deixamos uma boa impressão para o futebol mundial, mas não para o futebol brasileiro. Eu não esqueço do massacre que foi depois do jogo contra o Bayern. Para o mundo, o Flamengo deixou uma boa impressão, mas, infelizmente, no Brasil só vale resultado. O Luis Enrique não quer enfrentar o Flamengo, e o Flamengo também não quer enfrentar o PSG, mas não vão ter uma semifinal para correr esse risco. (Luis) assinou o quadro mais bonito do futebol, que é esse PSG autoral dele. O PSG é único no futebol, é muito difícil de se copiar pelas particularidades, só dá para admirar. No Flamengo mudou, principalmente, ter perdido nosso capitão (Gerson), o lado direito. Tivemos que nos reinventar. Isso foi o que mais mudou na nossa equipe de lá para cá.

O técnico também analisou o adversário e destacou a fase defensiva como diferencial do Pyramids, o que exigirá do Flamengo mais criatividade no jogo que vale vaga na final do Intercontinental:

— O Mayele foi o jogador determinante no jogo do Al Ahli, talvez seja o jogador mais determinante do Pyramids, mas é uma equipe muito sólida, que não se resume só a esse jogador. A fase defensiva é muito bem trabalhada, é um treinador que entende muito bem essa fase defensiva. Pelo que pude analisar, é um time que se defende muito bem, que entende muito bem coberturas, a marcação das linhas. O Al Ahli, que é um dos times mais bem trabalhados da Arábia, sofreu muito para tentar entrar no bloco defensivo deles. Teremos que estar muito bem posicionados taticamente no campo, mas o principal é que os jogadores estejam com a criatividade e a ousadia em dia para esse jogo.

Outras declarações de Filipe Luís:

Estádio vazio na estreia

— É estranho porque sempre onde o Flamengo está na América do Sul, a torcida lota o estádio. Teve o Mundial na metade do ano (EUA) e essa final de Libertadores (Lima) com o Mundial em seguida. Então muitos torcedores tiveram que esperar o resultado da final da Libertadores para se planejar e não é barato vir até aqui. A nossa torcida não está toda aqui, mas sabemos que está em peso no Brasil torcendo pela gente.

Marca Flamengo

— Se você olha para o Flamengo 15 anos/20 anos atrás, o clube, primeiro, não era respeitado nem para pagar as dívidas, então hoje esse processo todo de fortalecimento da marca começou com a seriedade na administração do clube, que continua até hoje com essa organização interna, essa profissionalização a cada dia que passa, isso transmite essa seriedade e o, principal de tudo, é saber vencer. O clube teve muitos sucessos, títulos, mas o mais importante na minha opinião é os pés no chão, a seriedade, humildade, sabendo que o futebol é muito cíclico que não é o momento de ter arrogância e achar que somos mais que ninguém. Foi um caminho árduo conquistar e chegar até esse momento. Tanto administrativamente como esportivamente, e agora é o momento de ter mais humildade do que nunca, porque o mais difícil é você continuar no topo da identidade da elite do futebol.

Como vê o time do Pyramids e quais informações tem sobre o futebol egípcio?

— Estudei muito ontem e hoje sobre o Pyramids. É um time muito bem organizado, com um treinador que conhece muito bem o modelo de futebol. Eles defendem muito forte, são jogadores fortes fisicamente. É muito difícil entrar entre as linhas. Nós vimos contra a Al Ahli como difícil foi entrar entre as linhas e criar chances. Então, esperamos um jogo muito difícil. E eu sei muito sobre o futebol egípcio, porque eu joguei com o Salah, no Chelsea, muito bom jogador (risos). Mas, primeiro de tudo, eu acho que a parte que me faz olhar mais é o físico dos jogadores. Eles são muito fortes, eles podem correr muito tempo, eles nunca ficam cansados. É por isso que é muito difícil ganhar as partidas.

Acha justo time europeu jogar só a final?

— Justo não é, mas não vou ser eu a reclamar dessa oportunidade maravilhosa de estar no Mundial e estar disputando contra essas grandes equipes. Mas sabemos que o time europeu não corre o risco de cair em uma semifinal, não tem um cansaço que a gente pode ter na final. Mas, ao mesmo tempo, é um privilégio muito grande estar disputando esse torneio, seja o formato que for. Portanto, vamos desfrutar o máximo possível dessa oportunidade que temos.

Vale repensar o formato?

— Isso não cabe a mim decidir, são os chefes do futebol que decidem isso. O Pyramids e o Al Ahli jogaram em setembro. O calendário desse ano foi uma loucura, com 75/76 jogos para jogar. Privilégio ter tantos jogos para jogar, porque chegamos às finais. Acredito que a Fifa fez o que pôde. As soluções para o futuro vão se resolver, já começou com a redução de datas dos estaduais. Nos próximos anos a tendência é que melhore. Nem mentalmente nem fisicamente tem como aguentar esse massacre que é jogar seis/sete torneios por ano.

— Claro que é injusto. Ao mesmo tempo é um privilégio estar aqui e desfrutar de outro Intercontinental, acredito que seja o meu terceiro. Queria que o PSG também jogasse uma semifinal para dar uma pista sobre como jogariam aqui e como se sentem.

Gramado

— No segundo tempo, os jogadores já se adaptaram a isso, tanto na velocidade quanto no gramado. Esse gramado é um espetáculo, todos falam isso. Não vai influenciar nada. Já sabe como é o estádio, o gramado, a bola. Esperamos que não tenha nenhum fator externo que possa influenciar nas tomadas de decisão dos jogadores.

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