A versão segundo a qual o assassinato de Ramón Arruda Braz, de 41 anos, teria sido motivado por uma suspeita de abuso sexual contra a filha da acusada, foi duramente contestada por outra integrante da família. Myrla Sara, irmã mais nova de Camila e de Ramón, negou qualquer indício de violência sexual e classificou a declaração da acusada como uma tentativa de justificar um crime premeditado.
Segundo Myrla, a fala de Camila mancha a imagem de Ramón, descrito por ela como uma pessoa respeitada, afetuosa e querida por todos. Ela afirmou que a sobrinha sempre foi extremamente protegida pela mãe, que mantinha comportamento paranoico e evitava o contato da criança com outras pessoas, inclusive familiares. As informações são do site ContilNet.
A irmã mais nova também relatou que os desentendimentos entre Camila e Ramón eram antigos e constantes, e revelou que essa não foi a primeira tentativa de agressão. Em outra ocasião, Camila teria tentado matar o irmão com uma martelada na cabeça. Myrla informou ainda que, no momento do crime, a irmã não estaria fazendo uso da medicação prescrita para seu tratamento psiquiátrico.
Com base no que teria sido dito por Camila ao advogado e nos relatos de uma vizinha, Myrla reconstruiu a dinâmica do crime. De acordo com ela, Ramón assistia televisão no quarto da mãe quando foi chamado pela irmã sob o pretexto de ajudá-la a arrumar um ventilador. Ao se abaixar, foi atingido pela primeira facada. O quarto da acusada seria o local com maior concentração de sangue. Ferido, Ramón teria tentado fugir e caiu no quarto da mãe, onde foi atingido com as demais facadas — 37 no total, conforme registrado pelas autoridades. Após o crime, Camila teria simulado uma agressão a si própria, colocando a faca entre o peito e a roupa, e saído da residência com a filha.
Myrla afirmou que não houve qualquer discussão no momento do ataque e reforçou que a ação foi planejada. Disse ainda que a irmã frequentemente se vale de seu diagnóstico psiquiátrico para justificar atitudes violentas. “Ela usa a doença para justificar as maldades que faz”, declarou.
A irmã finalizou pedindo que a memória de Ramón seja respeitada, afirmando que ele sempre foi um exemplo para a família e os amigos. A filha de Camila, que presenciou o crime, permanecerá sob os cuidados da avó materna.