Facções dominam os 22 municípios do Acre; Comando Vermelho controla 18

O estado do Acre é dominado por facções criminosas, com pelo menos 18 de seus 22 municípios sob o controle majoritário de uma única organização. O estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, divulgado na última quarta-feira (11) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), mapeia a situação do crime organizado em toda a Amazônia Legal, abrangendo nove estados, incluindo o Acre.

O estudo revela que, no Acre, a facção Comando Vermelho (CV) detém hegemonia em 18 municípios, com destaque para a região do Vale do Rio Juruá, onde o tráfico de drogas proveniente do Peru tem se expandido. Além do CV, outras facções como o Bonde dos 13 (B13) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) também marcam presença no estado.

A pesquisa atual, realizada em novembro do ano passado, já indicava que, até aquele momento, apenas os municípios de Santa Rosa do Purus e Acrelândia estavam livres da influência dessas organizações criminosas. No entanto, o cenário mudou, e ambos os municípios agora enfrentam a presença de facções.

Atualmente, a disputa por territórios ocorre em Brasiléia, Epitaciolândia, Sena Madureira e Rio Branco, onde as facções rivalizam pela supremacia local. Em outros municípios, a presença de facções é limitada ao Comando Vermelho, como é o caso de Capixaba, Manoel Urbano, Rodrigues Alves, Tarauacá, Xapuri, Porto Acre, Cruzeiro do Sul, Assis Brasil, Bujari, Jordão, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Santa Rosa do Purus e Acrelândia.

Fusões

O relatório também observa o fenômeno da fusão de facções no Acre. Organizações como a Irmandade Força Ativa Responsabilidade Acreana (Ifara) foram absorvidas por facções mais poderosas, como o B13 e o PCC, ampliando ainda mais a força dessas redes criminosas.

Em Rio Branco, a situação é particularmente tensa, com as três principais facções em constante disputa por território, o que tem gerado confrontos violentos, muitas vezes letais, em bairros da capital acreana. A presença dessas facções, como descrito no estudo, revela um cenário de crescente violência e desafios para a segurança pública na região.

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