O CEO do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, negou, nesta terça-feira, que haja restrições do governo indiano à exportação de vacinas contra a Covid-19 produzidas pelo laboratório, como a fórmula desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido).
No domingo, horas após o Brasil anunciar um acordo com a instituição para a compra de 2 milhões de doses prontas do imunizante, Poonawalla disse à Associated Press que a exportação seria vetada até que toda a população indiana vulnerável ao coronavírus fosse vacinada.
O recuo ocorreu em mensagem divulgada no Twitter pelo CEO, que também incluiu um comunicado conjunto entre o Serum e a Bharat Biotech, farmacêutica indiana responsável pelo desenvolvimento a vacina candidata Covaxin.
Sem mencionar as afirmações categóricas feitas à AP e à Reuters no domingo, Poonawalla disse que, para contornar “falhas de comunicação”, enfatiza que a exportação está liberada “para todos os países”.
No comunicado conjunto entre o Instituto Serum e a Bharat Biotech, assinado também pelo presidente da segunda companhia, Krishna Ella, os dois laboratórios enfatizam que “a principal tarefa diante deles é salvar vidas e os meios de subsistência de populações na Índia e em todo o mundo”.
A nota sublinha, ainda, que vacinas são “um bem de saúde pública global e têm o poder de salvar vidas e acelerar o retorno à normalidade econômica o mais rápido possível”.
No último domingo, Poonawalla afirmou que o governo da Índia teria vetado a exportação de doses. À Reuters, o executivo disse que o envio de vacinas prontas para o exterior só seria permitido após o fornecimento de 100 milhões de doses às autoridades indianas, a US$ 2,70 cada.