Excessos de Antônia Lúcia exigem atenção, não espetáculo

Nos últimos dias, os acontecimentos envolvendo a deputada federal Antônia Lúcia e seu esposo, o deputado Silas Câmara, voltaram a ocupar as redes sociais e portais de notícias. Não se trata apenas de eventuais brigas conjugais ou traições, há sinais evidentes de que a parlamentar não atravessa um bom momento emocional e psicológico. Esse quadro, cada vez mais perceptível a olho nu, requer, no mínimo, atenção, especialmente dos formadores de opinião e da imprensa de um modo geral, que precisam conduzir a cobertura com responsabilidade, sem transformar o tema em espetáculo.

Antônia Lúcia, ao longo dos anos, protagonizou episódios que ultrapassaram o limite do razoável. Por muitas e muitas vezes, expôs as vísceras de conflitos que deveriam ficar no âmbito da família, entre quatro paredes. Um dos exemplos mais marcantes foi quando ela fez acusações graves envolvendo o próprio genro. A forma como essas situações foram expostas, à época, já demonstrava um comportamento desorganizado e distante do que se espera de uma figura pública com o mínimo de racionalidade.

Agora, com novos e lamentáveis episódios ganhando visibilidade, repete-se um padrão que não pode ser ignorado: declarações desconexas, reações emocionais desproporcionais e uma condução pública de assuntos íntimos que, mais uma vez, apontam para um estado de sofrimento e desequilíbrio. Em vez de transformar isso em entretenimento, precisamos encarar o óbvio: Antônia Lúcia não está bem.

É legítimo cobrar responsabilidade, ou, no mínimo, sanidade de representantes eleitos, mas também é necessário reconhecer quando a situação ultrapassa o campo da política e entra na esfera da saúde. O que se vê hoje é uma mulher que precisa de cuidado, acompanhamento psicológico e proteção, muito mais do que de julgamentos ou palcos para as suas declarações intempestivas.

Os últimos rompantes da parlamentar, quando, entre outras coisas, mandou a deputada Socorro Neri “se enforcar” em um bate-boca nos corredores da Câmara Federal, deveriam servir para um debate mais amplo: como anda a saúde mental de nossos representantes?

Cabe agora às pessoas próximas oferecer suporte e atenção. A vida pública não pode, e nem deve, ser entretenimento às custas do sofrimento de alguém que demonstra, repetidas vezes, estar além do limite.

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