Ex-gerente de um hotel em Brasília, Alfredo Stefani Neto, de 64 anos, é réu em um processo, após denúncia feita pelo Ministério Público do Distrito Federal dos Territórios (MPDFT) à Justiça do Distrito Federal. Ele é acusado de humilhar funcionários, além de ser suspeito de crimes de racismo, homofobia, entre outras formas de discriminação.
Segundo informações do site Metrópoles, o homem se tornou alvo de investigação após uma série de relatos de que ele tinha o hábito de ofender os funcionários do hotel entre 2022 e 2025. Alfredo teria chamado as vítimas de “nordestina burra”, “vai comer cuscuz”, “terrinha seca”, em referência à região Nordeste. Em outra ocasião, teria falado “Isso é uma coisa”, “na verdade é um cara”, e “não quero isso aqui” ao se referir a uma hóspede transexual.
Em outro caso, o ex-gerente ofendeu um funcionário, chamando-o de “bichona” e, ao se referir ao público LGBTQIAPN+ que frequentava um evento próximo ao hotel, disse que “esses viados não vão embora”. O homem também teria feito comentários pejorativos sobre a aparência dos funcionários, criando um ambiente de trabalho hostil. Alfredo foi demitido em janeiro de 2025.
Ao Terra, o MPDFT informou que denunciou o ex-gerente por crimes de injúria qualificada e discriminação por preconceito de raça, origem, orientação sexual e identidade de gênero.
Segundo a Promotoria, o ex-gerente praticou, por diversas vezes, atos discriminatórios e ofensivos contra funcionários. A denúncia foi recebida em 6 de agosto pela 3ª Vara Criminal de Brasília, o que significa que ele agora é réu no processo.
Com o início do processo criminal, serão ouvidas vítimas, testemunhas e o réu. “O Ministério Público e a defesa apresentarão provas e outros documentos que julgarem pertinentes e a Justiça decidirá sobre o caso”, diz a nota.
Caso seja condenado, Alfredo pode enfrentar pelo menos 10 anos de prisão. A defesa de Alfredo não foi localizada.
Em nota, o B Hotel informou que determinou o afastamento de Alfredo Stefani Neto após conduzir uma apuração interna rigorosa. “Diante das evidências, procedeu ao seu desligamento por entender que o comportamento deste funcionário não estava alinhado com os valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão nem à altura do serviço de excelência de nossos mais de 280 colaboradores.”