Ex-capa da Playboy morou em posto de gasolina e agora sobrevive de brechó

Nascida no Rio de Janeiro, Regina Soares cresceu no bairro do Méier, na Zona Norte da cidade. Na infância, estudou balé clássico por 10 anos e se formou pelo Theatro Municipal. A vida pública teve início quando começou a desfilar.

Na época, ela participou de diversos concursos de beleza, ganhando notoriedade no ramo artístico, mas a carreira mesmo deslanchou quando foi escolhida para trabalhar em um espetáculo performático produzido por Fausto Fawcett. Na obra, ela encarnava Santa Clara Poltergeist, uma personagem que curava pessoas por meio de práticas sexuais. A boa recepção rendeu a alcunha que a acompanha até hoje: Regininha Poltergeist.

O auge do sucesso ocorreu quando posou para a Playboy, época em que a revista costumava pagar “pequenas fortunas” para quem aceitasse pousar sem roupa. Regina se recusa a revelar o valor, mas reconhece que foi um “dinheiro que muda vidas”.

“Eu nem pensava em ser artista, comecei a dançar porque minha mãe colocou eu e minha irmã para fazer balé. Ela [irmã] desistiu, mas eu continuei e cheguei a dar aulas. Os concursos começaram de forma despretensiosa, no primeiro eu fui inscrita por primas minhas, aconteceu na praia e acabei ficando numa boa posição […] O convite para a Playboy veio quando eu já trabalhava com o Fausto. Foi um dinheiro bom, com certeza. Se eu recebesse isso hoje, ficaria bem feliz — mas certeza que outras receberam bem mais.”

A rotina de Regininha Poltergeist mudou após o nascimento do filho, em meados dos anos 2000. Na época, ela deixou o ramo artístico para focar na maternidade e passou a viver do patrimônio que acumulou ao longo da carreira.

“Eu tinha carros, cinco apartamentos, dinheiro que ganhava com meus ensaios e shows, mas usei tudo isso para criar meu filho. As coisas são caras e eu nunca tive ajuda do pai dele, sempre cuidei de tudo sozinha. Fazia mercado, levava para escola… Hoje ele está com 20 anos. Uma hora o dinheiro acaba, e foi o que aconteceu”, disse Regininha, com mágoa.

A situação se agravou em meados de 2021, no auge da pandemia da covid-19. Na época, sem recursos, Regininha Poltergeist foi despejada e teve que morar em um posto de gasolina por alguns dias. “Fui vítima de uma armação”, disse ela, citando que foi impedida de entrar em uma casa que possui no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro.

A situação melhorou após uma vaquinha dos internautas e ela conseguiu alugar uma quitinete.

Dilema religioso

Desde 2008, a ex-modelo é evangélica e costuma frequentar a igreja Bola de Neve. Atualmente, além de uma possível perseguição e da luta pela sobrevivência, ela enfrenta um dilema pessoal: ser ou não ser Regininha Poltergeist? A questão surgiu pois, segundo ela, na religião é orientada a se arrepender do passado como símbolo sexual nos anos 1990.

“Então… a pastora diz que eu tenho que me arrepender, mas eu não me arrependo porque eu tenho uma visão diferente. Acho que faz parte da minha história. Tem muita gente que vive nessa vida querendo realizar as coisas e não consegue –eu consegui. Eu não posso me arrepender. No dia das fotos da Playboy, eu tive vergonha, mas depois eu fui feliz.”

Dividida entre a igreja e ser Regininha Poltergeist em sua integralidade, a ex-modelo cogita retornar ao ramo artístico.

Ela, por exemplo, adoraria ser convidada para A Fazenda (Record). Segundo a própria, se considera paciente, “mas apenas até a página dois.” Enquanto um convite não chega, ela tem orado para que algum de seus negócios deslanche de vez, ajudando a viver com mais conforto após uma vida de altos e baixos.

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