Ex-auxiliar de Moraes depõe no Senado no dia do julgamento de Bolsonaro

O perito criminal Eduardo Tagliaferro, que foi chefe da assessoria de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirmou nesta quarta-feira, 27, que vai participar por videoconferência de audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado no próximo dia 2. A reunião do colegiado presidido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) será na mesma data do início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

“Confirmado”, escreveu Tagliaferro no X (antigo Twitter), com imagens do convite para a audiência enviado pela comissão da Casa. O requerimento foi aprovado nesta terça-feira, 26. O perito criminal está na Itália e, na semana passada, teve a extradição solicitada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Como mostrou o Estadão, Tagliaferro tem se manifestado nas redes sociais, com o apoio de bolsonaristas, e ameaça expor bastidores do funcionamento do gabinete de Moraes.

Tagliaferro passou de assessor de confiança de Moraes no TSE para indiciado por vazamento de mensagens da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação e, mais recentemente, a garoto propaganda do bolsonarismo sobre as supostas arbitrariedades praticadas pelo magistrado.

Além de Tagliaferro, os senadores convidaram os magistrados Marco Antônio Martins Vargas, ex-juiz auxiliar de Moraes, e Airton Vieira, que foi ministro e braço direito do ministro por seis anos. Outro convidado foi o jornalista Michael Shellenberger, que é responsável pela publicação do relatório “Arquivos do 8 de Janeiro: por dentro da força-tarefa judicial secreta para prisões em massa”.

O documento produzido por Shellenberger foi utilizado como justificativa para o convite dos ex-funcionários do gabinete de Moraes. O relatório reúne mensagens vazadas entre Tagliaferro e Vieira e outros documentos sobre a atuação de Moraes e tenta demonstrar um direcionamento do ministro contra bolsonaristas.

Como foram convidados, eles não têm a obrigação de comparecer à audiência no Senado.

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