O governo de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira (26), que vai ampliar o recolhimento de plasma no estado e vai utilizá-lo no tratamento de pacientes que estejam em estágios iniciais da Covid-19.
“Esse esforço da rede de plasma se assemelha ao de uma doação de sangue, com critérios objetivos de quem pode doar e quem pode receber. Faremos a coleta e a distribuição do plasma doado por pessoas já contaminadas e que tem os anticorpos para pacientes em tratamento”, afirmou o vice-governador Rodrigo Garcia.
A prioridade será tratar pacientes com comorbidades e evitar que a doença progrida para casos graves. O plasma será obtido de pessoas que já contraíram a doença, portanto com anticorpos, através de doações de sangue, e aplicado em pacientes de Covid-19. O plasma acelera a resposta imune e evita os casos graves.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a medida busca transferir de maneira passiva ao paciente infectado pela Covid-19 uma quantidade de anticorpos já disponíveis no plasma doado. A iniciativa deve ser feita para pessoas que estão nos hospitais com chances de progressão de melhora. O diretor afirmou que o plasma “funciona como uma vacina imediata”.
Ainda segundo o diretor, até o momento, não há terapia específica contra a Covid-19, mas o tratamento com o plasma tem trazido bons resultados. “O objetivo do plasma é transferir ao paciente anticorpos de maneira passiva, até que o organismo afetado tenha tempo de reagir e montar a sua resposta imune. Trata-se de uma vacina instantânea, uma forma de tratamento que pode ser usada em meio à pandemia”.
O plasma de convalescente é indicado para pessoas que estão apresentando sintomas há, no máximo, 72 horas, e que têm diagnóstico confirmado por exames. Os públicos-alvos do tratamento são os imunossuprimidos, idosos e pacientes com comorbidades.