A segunda fase da Operação Ptolomeu sucedeu evento em que o governador Gladson Cameli fez questão de dançar forró.
Foi por ocasião da festa de aniversário do município de Feijó, ontem (terça, 21) que ele bailou, tendo como par uma idosa, moradora da cidade. Sorridente, Cameli cortou o bolo e distribuiu pilhérias.
Já nesta quarta, a banda da Polícia Federal voltou a zumbir nos ouvidos de Sua Excelência. A chefe de gabinete do governo, Rosângela Gama, acabou presa preventivamente, acusada de tentar destruir provas dos crimes supostamente perpetrados pela gangue que se instalou no poder.
A PF visitou outros quatro endereços, cujos moradores também despertaram sob o alarido das sirenes.
O fato é que a hora não é de festas, como se os acreanos – e aqui não me refiro àqueles que se regalam nas mordomias – tivessem o que comemorar.
É tempo de dar explicações, mas Sua Excelência tampouco se mostra capaz de elaborar alguma que não lhe traga mais dissabores. Como aquela, no evento de encerramento dos trabalhos da Assembleia Legislativa, em que acabou por dizer que sabia da Operação Ptolomeu antes mesmo de ela acontecer. Foi o suficiente para que um deputado de oposição ameaçasse ir ao Ministério Público Federal com um pedido de investigação.
Como, por conta disso, as trombetas do caos voltaram a soar nos ouvidos de Cameli, um site companheiro se escalou para desdizer o que ele tinha dito. Mas já era tarde.
Os assessores que cercam o governador, por despreparados que são, não o orientam da forma devida. E ainda que a conduta moral do assessorado não ajude, o conselho deveria ser ‘nada de festa, nada de comemoração, muito menos de forró’. É tempo de imersão. E se não é capaz de falar, de mutismo também.
Gladson, no entanto, age como se o Acre vivesse dias de glória e descontração. Nada mais enganoso. Basta consultar as redes sociais, onde os frequentadores tendem a deplorar o dançarino e aplaudir os músicos.