A morte da enfermeira Jonnavila Mendes, de 32 anos, está sendo tratada como possível feminicídio pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Rio Branco. Ela chegou a ser socorrida na noite de domingo por seu namorado, que a levou até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Segundo Distrito após ela relatar dores no corpo e dificuldade para respirar.
Na triagem, Jonnavila perdeu a consciência e foi levada às pressas para a sala vermelha, onde teve uma parada cardiorrespiratória. Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e morreu por volta das 22h.
Durante os procedimentos médicos, foram notados diversos hematomas espalhados pelo corpo da enfermeira, o que levantou suspeitas de agressão. A Polícia Militar e o Instituto Médico Legal (IML) foram acionados e o caso repassado à DEAM, que assumiu a investigação.
Segundo a família da vítima, Jonnavila vinha sendo agredida dentro do relacionamento e se afastou de amigos e parentes nos últimos meses. Depoimentos indicam que o companheiro controlava sua rotina, monitorava o celular, restringia suas atividades e chegou a fazê-la deixar um dos empregos. Eles também relataram que ela usava roupas longas, mesmo em dias quentes, para esconder marcas de agressão.
Em maio, uma denúncia anônima de violência doméstica chegou à polícia, mas Jonnavila negou os abusos, possivelmente por medo. Vizinhos do casal disseram ter presenciado brigas frequentes e chegaram a ser ameaçados ao tentar intervir. Houve até pedidos para que os dois deixassem o apartamento alugado onde moravam.
Após a morte, os familiares encontraram dificuldades para recuperar o carro e o celular da enfermeira, que estavam com o suspeito. Com apoio da PM, os itens foram devolvidos, mas a família afirma que o companheiro acessou o aparelho e apagou mensagens antes da entrega.
Diante das ameaças e do histórico de violência, a Justiça concedeu medida protetiva à família de Jonnavila. A segurança foi reforçada no velório para evitar qualquer aproximação do investigado. Ele foi preso na segunda-feira (30) e levado para a Delegacia da Mulher. Por enquanto, segue detido pelas ameaças relatadas e devido ao avanço das investigações.
O laudo do IML, que vai apontar a causa exata da morte, é considerado fundamental para esclarecer o caso. A audiência de custódia está marcada para esta terça-feira (1º), quando será definido se o suspeito responderá em liberdade ou continuará preso.
A DEAM ainda não divulgou quais serão os próximos passos da apuração.