Nascido Pedro Rodrigues Filho, se tornou o ‘Pedrinho Matador’. Considerado o maior serial killer brasileiro, é natural de Santa Rita do Sapucaí (MG). Foi oficialmente condenado a mais de 400 anos de prisão por matar 71 pessoas. Mas afirma que as vítimas somam mais de 100.
Atualmente, Pedrinho Matador tem 67 anos de idade e tenta fazer sucesso como youtuber. Seu canal (veja aqui) tem pouco mais 8,4 mil inscritos.
A repercussão já foi maior. Em 2018, com vídeos produzidos pelo amigo Pablo Silva, os inscritos passavam de 29 mil, com mais de 2,5 milhões de visualizações. O antigo canal era dedicado a comentários sobre fatos do cotidiano, geralmente os que envolviam algum tipo de violência.
Pedrinho Matador, aliás, é especialista no assunto. Já nasceu como resultado da violência doméstica. Foi dado à luz com o crânio ferido pelos chutes que o pai desferiu na barriga da esposa durante uma das muitas agressões que ela sofreu.
Entre as mais de 70 vítimas oficiais de Matador está justamente o pai, executado na cadeia onde ambos estavam presos. O pai de Pedrinho tinha ido parar lá depois de matar a mulher com 21 golpes de facão. Foi morto pelo filho com 22 facadas. Era o ‘número da vingança’.
“O dia em que não matava gente, eu não dormia”
Pedrinho retirou parte do coração do pai, mastigou e cuspiu. Daí a história de que teria comido o órgão. Em entrevista ao jornalista Marcelo Rezende, então na Record, ele contou o que tinha acontecido.
Segundo a revista Época, Pedrinho tinha apenas 13 anos quando tentou matar o primo. Durante uma briga com o parente, empurrou o rapaz para uma prensa de moer cana. Por pouco o primo não morreu.
Aos 14 anos cometeu o primeiro homicídio. Com uma espingarda que pertencia ao avô, matou o vice-prefeito de Alfenas (MG). O crime ocorreu em frente à prefeitura da cidade. A motivação do crime foi a demissão do pai, vigia de escola, na época acusado de roubar merenda.
Logo depois, Pedrinho matou um vigia, que ele supunha ser o verdadeiro ladrão.
Procurado pelos dois homicídios, fugiu para Mogi das Cruzes (SP). Ali começou a roubar as bocas-de-fumo e a matar traficantes.
Conheceu a viúva de um deles e foram viver juntos. Assumiu o negócio do falecido e eliminou rivais, matando pelo menos três deles.
Morou em Mogi até a companheira ser executada pela polícia. Ele escapou ao cerco policial, mas não deixou o mercado das drogas.
Tendo conhecido Maria Aparecida, passou a viver com ela, até encontrá-la morta a tiros. Transtornado, passou a torturar e matar várias pessoas para saber quem havia cometido o crime.
Descobriu que um traficante rival era o responsável pela morte de Maria Aparecida. Pedrinho então invadiu uma festa de casamento com quatro comparsas e o matou, junto com mais seis pessoas. Outras 16 ficaram feridas.
Preso em 1973, aos 18, já era condenado a 128 anos de prisão. Foi quando iniciou sua trajetória como serial killer. Estima-se que ele tenha assassinado 48 pessoas na prisão.
Preso em Araraquara, degolou com uma faca sem fio um detento acusado de assassinar sua irmã.
Pedrinho dizia ter matado apenas ‘quem merecia’, mas admitiu que eliminou um detento porque ‘não ia com a cara dele’ e um colega de cela ‘por roncar demais’.
“Deus já me castigou muito. Já fui muito ruim no passado, porque as pessoas também foram ruins comigo”
Sobre as vítimas, afirmava que eram ‘pessoas que não prestavam’. Em geral, o grupo era formado por ‘estupradores e caguetas’.
No braço esquerdo, ele ainda traz tatuada a frase “mato por prazer”.
Às portas da liberdade
Apesar de já condenado a 126 anos de prisão, em 2003 Pedrinho Matador esteve prestes a ser solto, já que a lei brasileira proíbe penas de reclusão acima de 30 anos. Não obstante, devido aos crimes cometidos dentro das prisões – e já condenado a quase 400 anos – sua soltura foi revogada pela Justiça até 2007.
Solto em 2007, Pedrinho voltou a ser preso em 2011, na rural de Camboriú, pelos crimes de motim e cárcere privado, cometidos quando ainda era detento em São Paulo
Finalmente solto em 2018, Matador se converteu ao Cristianismo. Estava com 64 anos de idade, 42 anos dos quais havia passado preso.
Afirma não gostar de ser chamado pelo apelido que recebeu nos tempos de matança.
*Amaro Alves foi repórter de polícia até se aposentar, em 2009; vive atualmente em Belém (PA), de onde escreve com exclusividade para oacreagora.com