Defesa de Lula aponta interferência na escolha do juiz em Operação Lava Jato


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Defesa de Lula aponta interferência em escolha do juiz na Operação Lava Jato
Brasil 247

Defesa de Lula aponta interferência em escolha do juiz na Operação Lava Jato

Nesta segunda-feira (15), foram divulgados pela defesa do ex-presidente Lula , áudios que mostram a interferência pelos bastidores do Ministério Público Federal na nomeação do juiz que seguiria no lugar do ex-juiz Sergio Moro, que saiu da operação Lava Jato para ocupar o cargo no Ministério da Justiça no governo Bolsonaro. As informações foram apuradas pelo Brasil 247. 

A MP tinha a intenção de indicar nome que fosse aliado da operação. Em outubro do ano passado, o portal The Intercept Brasil divulgou uma reportagem que continha diálogos, porém os áudios só foram publicados nesta segunda (15), pela defesa de Lula e conferidos no final da matéria. 

Em janeiro de 2019, o ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, em áudios e outras mensagens de texto trocadas, aponta nomes que seriam interessantes para a vaga de Moro . Fala também sobre seus preferidos para a força-tarefa e fala do plano em andamento para afastar quem poderia “destruir a Lava Jato”, na opinião de Dallagnol. 

Também é encontrado nas conversas, um pedido para que os colegas próximos ao presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que é responsável pela Justiça Federal do Paraná, para que tentasse atuar junto com ele por uma opção mais agradável para integrar à força-tarefa. 

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Um dos nomes citados foi o de Julio Berezoski Schattschneider, conhecido por atuar como juiz em Santa Catarina e cotado para possivelmente ocupar vaga. Por Dallagnol, foi definido como opção “horrível”, que poderia “vir a destruir a Lava Jato”. Nome de Luiz Antônio Bonat também apareceu como possíveis substitutos. Ele acabou assumindo o cargo de Moro, mas já era opção de seus companheiros para o cargo. 

“Então a gente tem que conseguir um apoio. A ideia talvez seria de ter juízes assessores ali designados junto a ele”, disse Deltan.  

“A Lava Jato considerava que Bonat, um juiz com 64 anos e de perfil extremamente discreto (jamais deu palestras ou entrevistas desde que assumiu o comando da operação, há quase dois anos), precisaria de ajuda para dar conta das dezenas de processos que corriam no Paraná. Assim, Dallagnol e equipe buscaram uma forma de garantir que nem todo o trabalho da operação cairia sobre ele”, contou à época a reportagem do Intercept. 

“A candidatura de Bonat surpreendeu a comunidade jurídica. Magistrado com 25 anos de carreira, à época, ele estava afastado da área criminal havia 15 anos. Até um juiz federal que atua na região do TRF4, e que falou ao Intercept sob a condição de anonimato, diz ter estranhado: ‘Era uma vara difícil, cheia de trabalho, daquelas que habitualmente ninguém quer pegar e acaba sobrando nas mãos de um juiz mais novo. E aí aparece um monte de gente mais antiga [na disputa]’, ele observou”, revelou a reportagem.   

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