CPI do Sistema Carcerário: um dever moral inadiável

Diante da metástase administrativa e do colapso moral, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito não é opção, é dever cívico inadiável.

Meus senhores, minhas senhoras. Prestem a devida atenção, pois o que exarei nestas linhas não é meramente um discurso político, é o diagnóstico preciso de uma patologia social em estágio terminal!

O que presenciamos hodiernamente no estado do Acre não é apenas uma “crise” — vocábulo vulgarizado pelos incautos e pusilânimes. O que vemos é a metástase de um tecido administrativo necrosado, é o colapso absoluto da ordem jurídica e moral dentro do sistema carcerário! Estamos diante de uma entropia dantesca, onde a autoridade do Estado se liquefaz vergonhosamente diante da barbárie.

Olhem para os nossos servidores, os valorosos Policiais Penais! Homens e mulheres de brio, atirados à própria sorte no interior de masmorras infectas. Trata-se de um cenário de insalubridade atroz, condições de trabalho medievais que afrontam a dignidade da pessoa humana.

E como o Estado retribui o sacrifício desses heróis anônimos, que colocam seus próprios corpos como barreira intransponível entre a civilização e o caos? Com uma remuneração ignóbil! Um salário aviltante, microscópico, que não condiz com a responsabilidade titânica que carregam sobre os ombros. É um escárnio! É a desvalorização sistemática do capital humano mais precioso da segurança pública.

E o resultado nefasto desse descalabro administrativo? O óbvio ululante! Rebeliões sangrentas, que expõem as vísceras de um sistema caótico, transformando presídios em campos de batalha onde a lei é uma ficção distante.

Mais grave ainda, meus concidadãos, é o silêncio sepulcral sobre a saúde mental destes servidores. O índice de suicídios na categoria é uma chaga purulenta que a administração finge não ver! É o grito mudo do desespero, a consequência direta de uma pressão psicológica insuportável aliada ao abandono estatal. O servidor adoece, a estrutura colapsa, e o governo permanece em seu letargo criminoso.

Não há, repito, não há possibilidade de remendo! Não se cura um câncer com aspirina. É necessária uma intervenção cirúrgica, profunda e imediata.

Por isso, clamo, com todas as veras da minha alma: a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário é um imperativo categórico! Não é uma opção política, é uma obrigação moral! Precisamos dissecar esse organismo doente, expor as vísceras desse sistema pútrido, identificar os responsáveis por essa gestão calamitosa e puni-los com o rigor draconiano da lei.

Ou extirpamos esse tumor de incompetência, descaso e miséria agora, através de uma investigação rigorosa e técnica, ou seremos, inevitavelmente, fagocitados pela anomia e pela desordem.

O Acre exige respeito. O servidor exige dignidade. A CPI é urgente!

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