Corpo diplomático vive “otimismo moderado” com queda de Araújo


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Sem apoio interno, Ernesto Araújo deixa o cargo de chanceler do Brasil
O Antagonista

Sem apoio interno, Ernesto Araújo deixa o cargo de chanceler do Brasil










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A diplomacia brasileira aguardava com a respiração suspensa a saída do chanceler Ernesto Araújo . Entre os diplomatas, o clima com seu pedido de demissão é de “otimismo moderado”.

“Trocar seis por meia dúzia não resolve, porque acima das pessoas precisamos mudar os rumos da política externa e parar de brigar com os Estados Unidos, a China e a Europa”, argumentou fonte ligada ao Ministério das Relações Exteriores. “Pelo acúmulo de erros graves, creio que no mínimo 90% do Ministério das Relações Exteriores (MRE) fica feliz com a saída (do atual chanceler)”, afirma. O descontentamento do corpo diplomático já não era segredo depois do vazamento de uma carta contendo críticas ao ministro Ernesto Araújo. Além do desgaste com o Senado federal , Araújo ainda era criticado pela falta de ação para conseguir vacinas para o Brasil.

Próximo chanceler

Um  nome de fora deve ser bem recebido, já que até o momento não surgiu dentro do Itamaraty uma alternativa com a necessária força interna e externa para reverter o quadro considerado de “terra arrasada” causado pelos dois anos da gestão de Araújo. Além disso, o ministério já foi liderado por não diplomatas antes, como Fernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, José Serra, Olavo Setúbal e Abreu Sodré. Portanto, isso não seria surpresa para os diplomatas brasileiros.

Desafios

O próximo chanceler do Brasil vai precisar ter capacidade de articulação. Entre os desafios está a falta de recursos do MRE para fazer as mudanças necessárias em países estratégicos para restabelecer alianças. A gestão de Araújo teve dificuldade em conseguir verbas junto à equipe econômica e gastou pouco por ingerência e desconhecimento de como aplicá-las. Falta dinheiro, segundo fontes do próprio ministério, para os deslocamentos que se fizerem necessários, ajudas de custo e passagens aéreas.

“Falta capacidade de resistência no diálogo com a área econômica. Estão mais preocupados com a sobrevivência pessoal e funcional do que com os rumos do MRE”, critica. Com a notícia da saída de Araújo a diplomacia brasileira tem esperança que possa voltar a respirar aliviada.

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