Com mais de 550 transplantes, Acre avança em saúde e esperança de vida

Mais de 47 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil, país que possui o maior sistema público do mundo e ocupa a segunda posição global em número de cirurgias realizadas. No Acre, o cenário é de avanços significativos: o estado vem se consolidando como referência na região amazônica, oferecendo qualidade de vida a pacientes que dependem desse gesto de solidariedade.

Coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) em parceria com a Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), o Serviço de Transplantes tem mudado a realidade de muitas famílias acreanas desde sua criação, em 2006. Nesse período, foram realizados 557 procedimentos, sendo 107 renais, 340 de córnea, 108 hepáticos e 2 de tecido musculoesquelético. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) no estado realiza transplantes em quatro especialidades: rim, fígado, córnea e tecido ósseo.

Em 2025, a rede pública já contabiliza 28 cirurgias, e a expectativa é ultrapassar 50 até o fim do ano. O programa tem recebido investimentos contínuos, ampliando sua capacidade de atendimento e se destacando nacionalmente.

Governador Gladson Cameli comemrou a conquista/Reprodução

Valéria Monteiro, coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre, explica que o trabalho começa antes mesmo da cirurgia: “Temos uma equipe multidisciplinar que acompanha o paciente desde a indicação médica até o transplante. Realizamos todos os exames pré-operatórios e avaliações necessárias para garantir que o paciente esteja apto ao procedimento.” A doação de órgãos no Brasil depende da autorização da família, e cada órgão precisa ser liberado individualmente nos casos de morte encefálica.

A distribuição segue critérios regionais: doadores do Acre têm prioridade para pacientes do próprio estado; se não houver compatibilidade, os órgãos podem ser enviados para outros locais. Cerca de 80% dos transplantes realizados no Acre utilizam doações vindas de fora, o que representa um desafio logístico, mas também reforça a importância da solidariedade e da conscientização.

Para o governador Gladson Cameli, a doação de órgãos representa esperança para milhares de pessoas: “Cada doador é um herói anônimo que transforma dor em vida. Nosso compromisso é fortalecer as políticas públicas para ampliar o acesso aos transplantes e salvar mais vidas.” O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, destacou que os recursos necessários têm sido garantidos para que os procedimentos ocorram com segurança e padrão de excelência.

Entre as histórias transformadas está a de Edson Lima, de 14 anos, diagnosticado com Doença de Wilson. Natural de Epitaciolândia, ele precisou de um transplante de fígado para sobreviver. Após o encaminhamento para a Fundhacre, o procedimento foi realizado com sucesso. “Foi um dia de muita emoção. Agradecemos à família do doador por esse gesto de amor. Hoje meu filho está saudável”, relata a mãe, Aurinéia Lima.

Setembro é o mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos, com a campanha nacional Setembro Verde. No Acre, ações incluem palestras, simpósios e o compartilhamento de histórias reais para incentivar conversas familiares sobre o tema, já que a autorização da família é essencial para que as doações aconteçam.

Fonte/fotos: Agência de Notícias do Acre

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