Com atual ritmo de vacinação, Brasil pode ter 211 mil novas mortes, diz estudo


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Covid: Se ritmo de vacinação não mudar, Brasil pode ter 211 mil novas mortes até fim do ano, diz estudo
Luis Barrucho – Da BBC News Brasil em Londres

Covid: Se ritmo de vacinação não mudar, Brasil pode ter 211 mil novas mortes até fim do ano, diz estudo

Se o  ritmo de vacinação atual não mudar, o Brasil pode ter até 211 mil mortes por Covid-19 do fim de junho à virada do ano, diz um novo estudo realizado por pesquisadores brasileiros.

Atualmente, o país vacina, em média, 360 mil pessoas por dia. Em contrapartida, se o Brasil quadruplicar a imunização (para 1,44 milhão), cerca de 50 mil vidas seriam salvas, acrescenta a pesquisa.

Os cálculos foram feitos por especialistas em Ciência da Computação das universidades de São João del-Rei (UFSJ) e Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais.

Eles usaram modelos matemáticos levando em conta variantes como casos ativos, taxa de imunização, eficácia das vacinas, mortalidade entre vacinados e não vacinados e transmissão do vírus.

A partir daí, simularam três cenários:

Cenário 1: Taxa de vacinação fixa de 360 mil por dia e eficácias de 50%, 75% e 90%.

Cenário 2: Taxa de vacinação fixa de 720 mil por dia e eficácias de 50%, 75% e 90%.

Cenário 3: Taxa de vacinação fixa de 1,44 milhão por dia e eficácias de 50%, 75% e 90%.

“Em todas as simulações realizadas, consideramos que toda vacina leva 35 dias para desencadear a resposta imune e é considerada na taxa de vacinação diária somente a quantidade de aplicações de primeira dose. A população máxima a ser vacinada é limitada em 160 milhões, o que corresponde ao número de pessoas aptas à imunização, de acordo com o Programa Brasileiro de Imunização”, dizem os pesquisadores.

E constataram que, se o Brasil mantiver a taxa de vacinação atual, de 360 mil pessoas por dia, haverá entre 188 mil a 211 mil novas mortes por covid até o fim do ano, dependendo da eficácia do imunizante. No primeiro caso, 90%. No segundo, 50%.

A CoronaVac,  a vacina mais prevalente no Brasil, tem uma eficácia geral de 50,38%, segundo o Instituto Butantan, de São Paulo.

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Já se o país duplicar a taxa de vacinação atual, para 720 mil pessoas por dia, o modelo prevê 23.467 mortes a menos (redução de 23%), quando comparado com a taxa de vacinação do Cenário 1.

E essa taxa fosse quatro vezes maior, a simulação prevê que o Brasil poderia reduzir o número de óbitos em 28%, com 45.765 vidas salvas até o fim do ano.

“Se considerarmos somente um aumento na eficácia da vacina (de 75% para 90%), e mantivermos a taxa em 360 mil por dia, teríamos 6.476 óbitos a menos no final dos 365 dias”.

Segundo os pesquisadores, no atual ritmo de vacinação, a covid não seria totalmente controlada até o fim do ano, “independentemente da eficácia da vacina, pois o número de casos ativos ainda seria significante (199.383 casos ativos, no melhor cenário)”.

Imagem microscópica do coronavírus

Getty Images
Covid já matou mais de 500 mil no Brasil

“Além disso, com essa taxa não seria atingido o objetivo de 160 milhões de pessoas imunizadas até dezembro, como anunciado pelo atual ministro da Saúde, em 11/06/2021”, acrescentam.

Eles concluem que “nesse contexto, as projeções sugerem que a taxa de vacinação continua sendo mais importante do que a eficácia da vacina para mitigar a pandemia e, principalmente, reduzir o número de óbitos”.

“Porém, os números projetados de mortes ao longo do ano são muito altos em qualquer cenários estudado, os quais simulam apenas o impacto da vacinação no enfrentamento da pandemia. Assim, nosso estudo sugere que mesmo com a vacinação, as medidas não farmacológicas, como distanciamento social e uso de máscaras, são de fundamental importância para prevenir a propagação da doença e diminuir o número de mortes ao longo do ano”.

O Brasil superou a marca de 500 mil mortes por Covid-19  em 19 de junho. Atualmente, é o segundo país do mundo com o maior número de óbitos pela doença, atrás apenas dos EUA, com cerca de 600 mil mortos.

Projeções indicam, no entanto, que o Brasil deve superar os EUA nos próximos meses.


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Fonte: IG SAÚDE

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