Chanceler do Brasil manda duro recado a Trump e Eduardo Bolsonaro

Em meio à crise com os Estados Unidos, o chanceler Mauro Vieira mandou um recado a Donald Trump e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL): a soberania brasileira não é uma “moeda de troca”. A declaração do ministro aconteceu nesta segunda-feira (4/8), durante evento em comemoração aos 80 anos do Instituto Rio Branco.

Sem citar diretamente o presidente norte-americano ou o deputado federal licenciado, Vieira afirmou que o Brasil enfrenta “ataques orquestrados por brasileiros, em conluio com forças estrangeiras”. Uma ofensiva que, segundo o chanceler do Brasil, não terá êxito.

“Saudosistas declarados do arbítrio, e amantes confessos da intervenção estrangeiras, não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional da República Federativa do Brasil”, disse Vieira no Itamaraty, durante cerimônia em comemoração aos 80 anos do Instituto Rio Branco.

Desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato na Câmara dos Deputados para ficar nos EUA, onde busca sanções e retaliações contra autoridades brasileiras junto ao governo norte-americano. O objetivo do parlamentar é interromper o julgamento do próprio pai, Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado.

De acordo com o chanceler, as instituições brasileiras derrotaram uma tentativa de “golpe militar”, cujos responsáveis estão hoje sendo julgados em “processos transparentes”, com “direito a ampla defesa e completo respeito ao pedido do processo legal”.

Por isso, o ministro afirmou que soberania brasileira nunca estará em qualquer mesas de negociações, assim como “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”.

Ofensiva norte-americana contra o Brasil

Após meses de articulações, Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre exportações de produtos do Brasil no início de julho. Uma taxa que, nas palavras do próprio líder norte-americano, é uma resposta ao julgamento do ex-presidente brasileiro.

Bolsonaro é apontado como o líder de uma organização criminosa que tentou realizar um golpe de Estado em 2022, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além da tarifa contra os produtos brasileiros, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também foi alvo de retaliações dos EUA. Na última semana, o juiz foi incluído na lista de sancionados com base na Lei Magnitsky, criada para punir autoridades envolvidas em episódios de desrespeito aos direitos humanos.

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