As histórias que narro a seguir são reais. Algumas envolvem desaparecimentos inexplicáveis e até assassinatos. A mídia norte-americana reportou esses acontecimentos ao longo dos anos, mas até hoje os casos continuam a desafiar a polícia.
Ligações pós-morte
Em 2008, Charles Peck, um homem de 49 anos, viajava de trem de Salt Lake City, Utah, para Los Angeles, na Califórnia, onde faria uma entrevista de emprego.
A noiva de Charles morava na Califórnia e ele esperava ser admitido, podendo se mudar para ficar perto da futura esposa. Mas assim que chegou à cidade, o trem em que ele estava se envolveu em um acidente.
Foi então que 35 chamadas telefônicas foram feitas a partir do seu celular após a colisão. As ligações se dirigiam a membros da família e à noiva. Quem ligava ficou, em todas elas, em completo silêncio.
Ocorre que Charles e outras 24 pessoas já estavam mortos no momento das ligações.
Nunca ficou claro como essas chamadas misteriosas foram feitas. Bem como quem as teria feito e por quê.
Ele desapareceu misteriosamente após fazer uma ligação para o 911
Brandon Lawson, de 26 anos, tinha discutido com a namorada na noite de 8 de agosto de 2013. Natural de San Angelo, Texas, ele saiu de casa pouco antes da meia-noite com a intenção de ir à casa do pai.
Brandon acabou ficando sem gasolina no caminho e ligou ao irmão para dizer onde estava. Pouco depois de dar um telefonema para Kyle, ele fez uma ligação para a polícia dizendo que precisava de ajuda.
Na chamada, ele mencionava ter “encontrado alguém”. O sinal de Brandon era ruim naquela área, e seu telefonema falhou em alguns pontos. A atendente não conseguia entender completamente o que se passava.
Quando a polícia chegou ao local indicado por Brandon, encontrou seu veículo abandonado. O irmão dele, junto com a namorada, também apareceu.
Brandon não estava em lugar nenhum. A polícia fez uma busca completa na área, mas não foi capaz de localizá-lo.
Seu telefone celular nunca mais foi usado, e suas contas bancárias não apresentaram nenhuma movimentação desde aquela noite.
Depois de fazer três ligações para a polícia, ela desapareceu para nunca mais ser vista
Kelly Bergh Dove, de 20 anos, era funcionária noturna em um posto de gasolina de Harrisonburg, Virginia. Enquanto trabalhava, na noite de 18 de junho de 1982, ela começou a receber telefonemas obscenos e ficou preocupada a ponto de ligar para a polícia.
Na primeira ligação, Kelly perguntou se um policial poderia ir ao posto checar sua segurança.
Por alguma razão, a jovem precisou ligar outras duas vezes antes que alguém enviasse uma viatura ao local.
Durante a terceira e última chamada, ela pediu à polícia que viesse rapidamente, pois um homem rondava o posto de combustíveis em uma caminhonete Ford prata. Quando a polícia finalmente chegou, não havia sinal dela. Kelly nunca mais foi vista. O caso continua sem solução, e sem suspeitos prováveis.
Uma menina desaparece e, um ano depois, faz uma ligação para a polícia
Pouco depois das 3 da manhã do dia 6 de abril de 1986, alguém bateu na porta do apartamento de Penny Cayedito. Ela estava dormindo naquela hora e não ouviu a batida, mas as filhas mais novas de Penny se lembram que a irmã de nove anos, Anthonette, foi atender à porta.
Anthonette nunca mais voltou para a cama no apartamento localizado em Gallup, Novo México. Penny percebeu o desaparecimento da filha naquela manhã, e relatou o fato à polícia. A menina nunca foi encontrada.
Um ano depois, a polícia recebeu um telefonema de alguém que afirmava ser Anthonette Cayedito. A menina explicou que foi sequestrada e levada para Albuquerque por seus raptores. Antes que a garota pudesse dizer qualquer outra coisa, um homem foi ouvido gritando ao fundo a seguinte frase: “Quem disse que você poderia usar o telefone?”
O aparelho foi rapidamente desconectado, mas antes a garota que dizia ser Antonette pôde ser ouvida gritando. A polícia não tinha certeza se a chamada havia sido realmente feita por ela, e também não conseguiu rastrear a ligação. Até hoje o caso não foi resolvido.
Uma jovem falou com um estranho ao telefone e foi assassinada dias depois
No dia 27 de outubro de 1989, Amy Mihaljevic, de 10 anos, foi sequestrada em um shopping center em Bay Village, Ohio. Tragicamente, seu corpo foi descoberto quatro meses depois em um campo ermo, com várias facadas.
Embora o assassino nunca tenha sido preso, o caso continua aberto e a polícia tenta descobrir a identidade do autor do crime.
O fato estranho em relação ao caso é que na semana do seu sequestro Amy tinha recebido uma ligação que selou o seu destino.
A pessoa do outro da linha disse à menina que sua mãe havia conseguido uma promoção no trabalho. Ele então afirmou que queria levá-la ao shopping para comprar um presente para a mãe, e insistiu que ela não contasse nada sobre o passeio de compras, pois queria que fosse uma surpresa.
Embora Amy não tenha dito nada à mãe sobre a ligação, ela contou ao irmão mais velho, Jason, assim como a um amigo da escola.
A menina e o estranho marcaram a data de 27 de outubro para o passeio de compras, e aquele seria o último dia em que ela foi vista viva.
Os investigadores logo descobriram que Amy não foi a única a receber um telefonema do tipo. Várias outras meninas da região tinham passado pela mesma situação, na qual um estranho informava sobre a promoção dos pais no trabalho e que gostaria de ajudá-las a fazer uma surpresa.
Felizmente, as outras crianças não deram atenção aos telefonemas.
*Amaro Alves foi repórter de polícia antes de se aposentar; atualmente vive em Belém (PA)