Black Fraude? Consumidores não acreditam em Black Friday ‘brasileira’

Começa nesta sexta-feira (25) a Black Friday , marcada por grandes descontos em redes varejistas, a data nasceu nos Estados Unidos para marcar o início da temporada de compras natalinas. No Brasil, foi apelidada de “Black Fraude” pela fama de falsos descontos e agora os consumidores já estão em alerta para não levar “tudo pela metade do dobro”. 

Segundo pesquisa do site brasileiro de reclamações, o Reclame Aqui, 56,6% não pretendem comprar na Black Friday, ante 53% no ano passado. O levantamento foi realizado com 13,7 mil usuários da sua base entre os dias 11 e 13 de novembro. 

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Para 49% dos desconfiados, a ausência de “promoções de verdade” é a razão para não se atentar para a data. Além disso, o endividamento e a falta de dinheiro afetam outros 26,3%. No ano passado, essas porcentagens eram 53,2% e 24,6%, respectivamente. 

“Por algum tempo a Black Friday no Brasil foi conhecida como “Black Fraude”, já que alguns varejistas aumentavam o valor dos produtos alguns dias e semanas antes para então no dia dar descontos maiores”, diz Ricardo martins, fundador da TRIWI, Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Ele ressalta que essa realidade mudou, devido a sites “fiscalizadores” dos preços, como o próprio Reclame Aqui, “que orientaram os consumidores a comprarem de empresas que tratavam o tema com seriedade. Além disso, os consumidores ficaram mais atentos e passaram a acompanhar os preços.”

Descrença existe, mas intenção de compra persiste

Apesar da descrença, 50,1% dizem ter interesse em adquirir algum produto na Black Friday, o dobro da porcentagem que comprou algo na data do ano passado (25,7%). Mas, dessa vez, a consciência dos consumidores aumentou e 75% deles dizem que já monitoram os preços dos produtos desejados. Esse índice era de 66% no mês de outubro.  

“Esses caçadores de promo vão atrás de cupons, parcelamentos vantajosos e descontos imperdíveis. Então fica uma mensagem muito forte para as empresas, o segredo é não repetir a fórmula de 2021. O brasileiro já encontrou a Black Friday dele, sabe que não é a mesma que a norte-americana e que não vai ter preços incríveis, mas espera outros atributos que os façam comprar”, analisa o CEO do Reclame AQUI, Edu Neves.

A pesquisa mostra ainda que os fatores decisivos na hora de escolher se compra ou não são preço (66,9%) e reputação da empresa (12,1%).

“A gente acredita que preço é o motivo número 1. E o segundo motivo principal decisor de compra é a reputação. Essa dobradinha mostra que cresceu a preocupação com a postura das marcas e isso é um sinal de que começa a se consolidar a compra, por conta da consideração do fator reputação. Essa é a mentalidade”, pontua Neves.

Perfil mudou

De acordo com o levantamento deste ano, 30% pretende gastar entre R$ 1.000 e R$ 2.000. No ano passado, 16,6% (a maior fatia dos respondentes) tinham intenção de gastar este montante.

O tipo de produto desejado mudou bastante. Alimentos, por exemplo, eram alvos de 5,1% dos entrevistados, agora é de 3,7%. Já eletrodomésticos tiveram alta de 8,4% em 2021 para 10,9% em 2022 na intenção de compra. 

Entre os itens mais desejados desta Black Friday, estão eletrônicos (17,4%), roupas e calçados (16,9%) e eletroportáteis (12,3%), todos apresentando alta em relação à demanda de 2021.

Eletrodomésticos (8,4%), smartphone (7,9%) e móveis e decoração (7%) vêm na sequência, mas registrando queda na intenção de compra ano contra ano.

Golpes virtuais

Segundo o levantamento, 65% dos consumidores afirmam que comprarão em lojas online, o que desperta atenção para os golpes virtuais, já que é um conhecido período em que ocorrem promoções e ofertas de variados produtos. E isso pode ser um caminho para que fraudadores pratiquem seus golpes e falcatruas.

O diretor da Cipher, empresa especializada em cibersegurança cibernética do grupo Prosegur, Guilherme Murakami, recomenda às empresas que orientem clientes e o consumidores de maneira geral sobre como fazer suas compras com segurança e aproveitar os descontos sem correr riscos.

Ele sugere algumas iniciativas ao consumidor final, que acaba sendo a vítima preferida das táticas de Engenharia Social:

  • 1- Desconfiar de promoções milagrosas – antes de clicar em um produto com preço muito abaixo do mercado, faça comparativos em lojas confiáveis e sites de cotações reconhecidos;
  • 2- Checar se a plataforma de e-commerce escolhida para a transação tenha um selo de segurança – normalmente representado pelo símbolo cadeado, que comprova se uma página é de fato a oficial;
  • 3-  Conferir se está navegando em tráfego seguro – em sua grande maioria, endereços de sites seguros iniciam com https;
  • 4- Cuidado com promoções via e-mail, SMS e WhatsApp – se receber alguma oferta irrecusável, diretamente no dispositivo pessoal, não clique no link antes de validar a URL (um número ou letra trocados podem levar a uma página de phishing). Tomando esses cuidados básicos, o consumidor já vai reduzir consideravelmente o risco de cair em algum golpe. 

Fonte: IG ECONOMIA

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