O senador Marcio Bittar (União Brasil-AC) revelou, em entrevista à Revista Oeste nesta terça-feira (19), que a defesa de Jair Bolsonaro mantém estratégias no Judiciário para reverter a inelegibilidade do ex-presidente, mas que a principal aposta está no Congresso Nacional. O PL da Anistia, de sua autoria, propõe beneficiar Bolsonaro e poderá avançar sob novas lideranças na Câmara e no Senado, previstas para serem assumidas por Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A inelegibilidade de Bolsonaro foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 30 de junho de 2023, com base em acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão de 5 votos a 2, válida por oito anos, não abalou sua popularidade, e o ex-presidente se declarou como o “único candidato da direita” para 2026.
Bittar avalia que as eleições municipais de 2024 já demonstraram o enfraquecimento da esquerda e projeta uma redução ainda maior de sua influência em 2026. Ele também acredita que pautas conservadoras, como o voto auditável, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a anistia aos presos de 8 de janeiro de 2023, ganharão força no Congresso devido ao avanço da direita nas próximas eleições.
O senador sinalizou sua intenção de deixar o União Brasil para filiar-se ao Partido Liberal (PL) e disputar as próximas eleições. Para ele, a mudança na composição do Congresso será decisiva para consolidar as pautas da direita e reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, reafirmando a força do movimento conservador no país.
Resumo
A entrevista feita com o senador Marcio Bittar aborda questões políticas e institucionais no Brasil, com foco nas eleições municipais, no cenário político atual e nas propostas legislativas em andamento. Ele aponta que o resultado das eleições reflete um Brasil conservador, cristão e cumpridor da lei, destacando o enfraquecimento da esquerda e o fortalecimento de pautas de direita, como legado de Jair Bolsonaro. Bittar acredita que o Partido Liberal (PL) amadureceu politicamente, posicionando-se estrategicamente para 2026.
Sobre o impeachment de Alexandre de Moraes, o senador reconhece a dificuldade de aprovação no Senado, mas acredita que a tramitação será mais viável sob a liderança de Davi Alcolumbre. Para reduzir pressões sobre o Legislativo, defende o fim do foro privilegiado. A PEC que exclui ministros do STF do TSE é justificada como uma medida para assegurar imparcialidade nos julgamentos, embora reconheça que sua aprovação será mais provável com mudanças na liderança do Senado.
Marcio Bittar prevê ainda que pautas conservadoras, como a anistia e o voto auditável, ganharão força, especialmente com o crescimento da direita nas próximas eleições. O entrevistado confia na elegibilidade de Bolsonaro em 2026, considerando insustentável a manutenção de sua inelegibilidade e mencionando o PL da Anistia como peça-chave no processo. Por fim, reforça que o Congresso não poderá ignorar o fortalecimento da direita e o impacto das eleições futuras na agenda política nacional.