Avanço da vacinação se deve à confiança em mais de 40 anos do PNI


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Um ano após iniciar vacinação, Brasil amplia meta de cobertura
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Um ano após iniciar vacinação, Brasil amplia meta de cobertura


Em 17 de janeiro de 2021, o Brasil começava a vacinação contra a Covid-19, em São Paulo. Nesta segunda-feira (17), um ano depois, o Brasil tem 78,08% da população com ao menos uma dose e 68,36% que completaram o esquema vacinal contra o coronavírus.

Contabilizados pela plataforma Our World in Data, que acompanha os registros da imunização ao redor do globo, esses números colocam o Brasil na 12ª posição, à frente de países como Estados Unidos, Alemanha e México, que iniciaram a imunização antes e com maior oferta de doses. Para a pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávio Bravo, o mérito é da credibilidade do “trabalho de mais de 40 anos do próprio Programa Nacional de Imunizações (PNI)”.

“Ele conseguiu obter, no decorrer dessas décadas, a confiança da população brasileira. Conseguiu criar a cultura de vacinação. A maior parte dos brasileiros e, principalmente se você olha para as classes sociais menos favorecidas e que são menos influenciadas por antivax, você vai ver uma aceitação melhor ainda”, ressalta Flávia, em entrevista ao iG.

Ela lembra que o  PNI demonstrou essa força mesmo diante de um cenário de “prejuízos” à imunização “por questões políticas e de atraso”, como demonstrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Um exemplo do que veio à tona com a investigação da CPI é a situação da Pfizer, que pretendia aproveitar a expertise do Brasil com o Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer do país uma vitrine de sua vacina. No entanto, o governo Jair Bolsonaro ignorou e recusou diversas ofertas da farmacêutica.

Outro dificultador que a médica aponta é a cobertura vacinal dos jovens adultos. Nesse ponto, ela afirma que o problema não atinge apenas o Brasil, pois parte de um pensamento de que “vacina é coisa de criança”, além da necessidade de que o adulto deixe seu posto de trabalho momentaneamente para se vacinar. 

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Mulher branca, sorri pra foto, de camisa longa e calça jeans.
Divulgação

Flávia Bravo, diretora da SBIm


Ainda assim, a médica pondera que a preocupação com a pandemia e o desejo de retomar as atividades foram um estímulo a mais para que pessoas de qualquer faixa etária procurassem a vacina. “Com isso, a gente consegue índices de vacinação tão [bons] ou melhores que países que começaram a vacinação há mais tempo e com menos gargalos na distribuição. E aqui no Brasil a gente tem que considerar que a distribuição é bem complexa, com um país enorme, uma capilaridade gigantesca em que muitas vezes é muito difícil de transportar a vacina pra onde o povo está”, analisa.

Nova etapa de vacinação

O Brasil começou, na última semana, a  imunização de crianças de 5 a 11 anos com uma vacina da Pfizer específica para essa idade. Além disso, os municípios também buscam aplicar doses de reforço do imunizante e atrair aqueles cidadãos que ainda não completaram o esquema vacinal para que completem.

Os números referentes à vacinação, no entanto, não podem ser confiáveis, como lembra a diretora da SBIm. No dia 10 de dezembro, o Ministério da Saúde registrou um apagão de dados, que impede a população de saber o real cenário da pandemia em meio à disseminação da variante ômicron.

“Desde esse hackeamento suspeito fica complicado você ter informações fidedignas até de doentes. (…) Mas de qualquer maneira, pra mim é estimulante pensar que esses números que estão aí são o mínimo. A gente está dali pra cima porque o que está faltando é entrada de dados”, pondera.

Nesta segunda, 74.134 mil novos casos foram notificados, segundo o Painel Conass. Em meio a isso, desde o fim do ano, diversas cidades passaram a lidar com pressão nos sistemas públicos de saúde e a demanda por testes de coronavírus disparou . Por outro lado, até o momento não houve indicação de crescimento no número de óbitos em decorrência da Covid-19.

Fonte: IG SAÚDE

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