O ex-vereador do município do Jordão Roberto Rodrigues de Olinda compartilhou áudio nesta quarta-feira (20) em um grupo do aplicativo WhatsApp em que confessa ser obrigado a dividir com outras duas pessoas o salário de assessor no gabinete do deputado estadual Jenilson Leite (foto), pré-candidato ao governo do Acre pelo PSB. A prática é popularmente conhecida como ‘rachadinha’.

Olinda recebe R$ 2.635,00 brutos da Assembleia Legislativa do Estado. No primeiro áudio, ele explica que o valor é depositado em sua conta bancária. “O Jenilson faz esse depósito na minha conta de dois mil seiscentos e poucos [reais] e é dividido por três pessoas em partes iguais, entendeu? Esse valor é depositado na minha conta e eu saco e passo pra outras duas pessoas”, diz o ex-vereador.

Ouça:

A repercussão à declaração de Roberto Olinda foi imediata e o assunto se espalhou por outros grupos do aplicativo na região do Juruá.

Questionado pelos participantes, o ex-vereador gravou um segundo áudio, no qual diz ter se equivocado em sua primeira fala. Segundo ele, a divisão do valor recebido como assessor parlamentar seria uma iniciativa pessoal, e não uma determinação do deputado.

“Eu recebo um valor como assessor parlamentar do deputado Jenilson aqui no Jordão. E o que eu quis dizer ali… me equivoquei um pouco… eu ajudo mais duas pessoas com esse valor. Quando fui me expressar, me expressei mal”, disse Olinda.

Ouça o segundo áudio:

O site questionou um advogado sobre o tema, e segundo ele, a prática caracteriza crime de peculato, já que no presente caso as outras duas pessoas estariam recebendo sem trabalhar. A pena pode variar entre 2 e 12 anos de prisão.

A reportagem também entrou em contato com o deputado Jenilson Leite, por meio de sua assessoria. A resposta foi que ele estava em um audiência e que retornaria a ligação, o que não ocorreu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto à manifestação do parlamentar.