A investigação sobre os disparos contra o carro de uma empresária em fevereiro de 2024, em Rio Branco, revelou que as cápsulas da munição usada no crime foram retiradas da cena por um assessor de inteligência da Polícia Militar. O caso envolve o delegado e presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN), Marcos Frank Costa e Silva, apontado pelo Ministério Público como autor dos disparos.
Policiais que atenderam a ocorrência relataram ter visto pelo menos três cápsulas deflagradas de calibre 9mm no local. No entanto, ao deixarem a área para atender outra ocorrência, não preservaram as evidências, já que outra guarnição assumiu a vigilância. As informações são do ac24horas.
Dois dias após o crime, o sargento Antônio Francisco Pinto de Carvalho, assessor de inteligência da PM, entrou em contato com a empresária dizendo que precisava tratar do caso. Em 26 de fevereiro, ele foi até a casa da vítima, fez perguntas e foi embora. Convocado para depor em abril, não compareceu na primeira chamada, mas prestou depoimento em 2 de maio.
Carvalho disse ter tomado conhecimento do caso por envolver um veículo registrado em nome de um policial militar da reserva. Mesmo sem ordem superior ou envolvimento oficial de seu setor, ele começou a investigar por conta própria, acompanhado de um sargento identificado como Renam.
Ao visitar a cena do crime, Carvalho afirmou ter analisado câmeras de segurança e recolhido as cápsulas de 9mm, descartando-as em uma sarjeta. Questionado, disse acreditar que a perícia já havia sido feita e que as cápsulas não eram mais necessárias. Ele negou ter recebido qualquer pedido para encobrir o caso ou saber que Marcos Frank era suspeito.
Marcos Frank, em depoimento, afirmou ter sido avisado dos disparos por um vizinho e disse não conhecer o sargento Carvalho.
A perícia foi solicitada em 24 de fevereiro pelo delegado Alexnaldo Batista, mas só realizada em abril, após novo pedido do corregedor-geral Thiago Fernandes Duarte.
Na análise balística, cápsulas deflagradas são cruciais para identificar a arma usada e a dinâmica do crime. Marcos Frank possui duas pistolas: uma Beretta APX .40, de uso institucional, e uma Taurus 9mm, de uso pessoal.