Deu ruim para o governador Gladson Cameli. Nesta terça-feira (27), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou ter rejeitado a importação e o uso da vacina russa Sputnik V pelo Brasil. O imunizante foi alardeado pelo governante acreano como solução para a falta de vacinas contra o coronavírus.
Durante meses, Gladson fez pirotecnia sobre o assunto. A compra era negociada com a Rússia por um consórcio formado por gestores estaduais, entre os quais o do Acre.
O alarde partiu da Agência de Notícias, o órgão de comunicação estatal: “Contrato de aquisição de 700 mil doses da vacina Sputnik V é assinado pelo governador Gladson Cameli”, dizia o título da matéria divulgada no dia 22 de março deste ano.
No texto podia-se ler o mesmo tom ufanista de um governo prestes a aplicar mais um placebo na audiência: “A assinatura desse contrato é a realização de um sonho e, também, de muita felicidade em minha vida”. As palavras são de Cameli.
O consórcio que tentava importar a vacina russa era capitaneado pelo governador de São Paulo, João Dória, de quem Gladson é fã de carteirinha. Outros oito estados integravam o grupo.
A proibição da importação da Sputnik V partiu do diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, relator do pedido. Ele considerou o imunizante perigoso à saúde.
Entre os pedidos julgados na noite desta segunda-feira (26), estava o do governo do Acre.