Acrelândia: 17 roubos de caminhonetes em 45 dias; população pede socorro

Os acreanos seguem reféns da violência, conforme se pode constatar pelo noticiário local. Homicídios, roubos e furtos se tornaram assuntos corriqueiros na imprensa. E no aspecto violência, o interior do Estado não difere da capital. Na outrora pacata Acrelândia (a 120 quilômetros de Rio Branco) foram registrados 17 roubos de caminhonetes em um intervalo de 45 dias.

“Fora as motos e os carros tipo passeio”, alerta o radialista Nésio Carvalho, autor da denúncia.

Segundo ele, a situação é tão preocupante que tem feito com que alguns moradores pensem em deixar o Estado.

Com população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em pouco mais de 15 mil habitantes, Acrelândia faz fronteira, norte com o Amazonas e Rondônia, ao sul e a sudoeste com o município de Plácido de Castro, a oeste com Senador Guiomard e a leste com a Bolívia. E é que mora o perigo.

Terceiro maior produtor de cocaína do mundo, atrás de Colômbia e Peru, a Bolívia continua a ser o destino dos veículos roubados quase que diariamente no Acre. Lá, eles são trocados pela droga, que é trazida de volta ao Brasil, via Acre.

De acordo com Nésio Carvalho, a regional Ponta do Abunã, apesar de pertencer a Rondônia, vive a mesma situação calamitosa.

Outro problema enfrentado pelos moradores de Acrelândia, segundo o radialista, diz respeito à omissão das autoridades de segurança pública quanto à questão.

Em uma recente reunião na qual figurou como mediador, e da qual participaram gestores da Segurança Pública do Acre, Federação da Agricultura, Senar, Associação Comercial do Estado, entre outros, Nésio tentou levantar um debate sobre o tema.   

“Senti que os representantes das entidades e os políticos temem em apontar a Segurança Pública como responsável pela situação”, disse o radialista.  

Contatada pela reportagem de oacreagora.com, a assessoria de imprensa da Sejusp enviou a seguinte nota:

“O Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp, reforçou o patrulhamento nos municípios de Acrelândia, Plácido de Castro e Senador Guiomard para combater roubos de veículos e sequestros de pessoas. Uma força-tarefa das polícias Militar e Civil do Estado do Acre estão em patrulhamento diuturnamente nas estradas estaduais e vicinais da região, desde o último dia 7 de novembro.

As rondas de dia e de noite pela região fazem parte de uma da série de ações a cargo das Forças de Segurança coordenadas pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, coronel Paulo Cézar Rocha dos Santos.

“Nossos esforços são para manter a integridade da população com a presença das forças policiais na região durante 24 horas, todos os dias. Estamos apertando o cerco contra a criminalidade em ações que já estão dando o resultado previsto”, afirma o secretário.

Conforme o coordenador Operacional da Sejusp, coronel Glayson Dantas, há um cerco tático no trevo de Senador Guiomard (a 25 quilômetros de Rio Branco) com abordagens contínuas – em regime de 24 horas –, enquanto que foram fixadas operações na ponte de acesso à vila Evo Morales, na Bolívia, fronteira com a cidade de Plácido de Castro, para aonde os criminosos tentam levar os veículos roubados.

Foi assim, por exemplo, que no último dia 15 de novembro, uma radiopatrulha da Polícia Militar interceptou uma picape que estava sendo roubada de Acrelândia. Os criminosos a levavam para a Bolívia, quando se depararam com a viatura. Após uma perseguição, os ladrões pararam o carro e entraram na mata às margens da rodovia que dá acesso a Plácido de Castro. 

“Ressaltamos que toda a área está sendo monitorada e fiscalizada, tanto pela Polícia Militar, quanto pela Polícia Civil. Não há ramais que não estejam sendo patrulhados a qualquer hora do dia. Além dos cercos nos pontos estratégicos, estamos com guarnições na ponte que de aceso à vila boliviana”, ressalta Dantas.

No posto fiscal da Tucandeira, localizado na BR-364 no acesso para Porto Velho, outras duas guarnições do Grupo Especial de Fronteiras também permanecem de plantão nos períodos diurno e noturno, podendo se deslocar para qualquer ocorrência, a qualquer momento. Todas essas ações vão durar por vários meses”.

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