O estado do Acre tem hoje 13.090 crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos fora da escola, de acordo com levantamento da estratégia Busca Ativa Escolar (BAE), iniciativa do Unicef e da Undime baseada na PNAD Contínua do IBGE. Os dados escancaram um recorte racial preocupante: 87% dos jovens nessa situação pertencem a grupos historicamente marginalizados — pretos, pardos ou indígenas.
A exclusão educacional não é um fenômeno isolado no Acre. Também afeta de forma intensa estados vizinhos da Amazônia Legal, como Roraima, Rondônia, Amazonas e Pará. Nessas regiões, a ausência de políticas públicas eficazes, o racismo estrutural e a dificuldade de acesso a áreas remotas contribuem para a evasão escolar de crianças indígenas, negras e oriundas de comunidades tradicionais.
Criada para enfrentar esse desafio, a Busca Ativa Escolar combina metodologia social com ferramentas digitais para apoiar os municípios na identificação e reintegração de estudantes ao sistema educacional. A plataforma, voltada a profissionais da Educação, Saúde e Assistência Social, permite o monitoramento contínuo dos casos e ações articuladas para garantir o retorno à sala de aula.
Nos locais sem acesso à internet, o sistema também pode ser operado por meio de formulários impressos, o que amplia o alcance da iniciativa. A meta é clara: fortalecer políticas públicas baseadas em evidências e garantir que nenhuma criança fique para trás.