O Acre registrou 3.544 ocorrências de violência doméstica entre janeiro e julho de 2025, de acordo com dados do painel de acompanhamento do Ministério Público. O número representa um aumento de 111% em relação a 2021 e é 7,88% maior do que o registrado no mesmo período de 2024, quando houve 3.285 casos. A evolução neste ano tem sido constante: foram 441 registros em janeiro, 464 em fevereiro, 485 em março, 509 em abril, 538 em maio, 544 em junho e 563 em julho.
Rio Branco continua liderando as estatísticas, com 1.844 ocorrências — o equivalente a 52,03% do total estadual. O número representa um avanço em relação a 2024, quando a capital respondia por 47,15% dos casos.
Cruzeiro do Sul aparece em seguida, com 333 ocorrências em 2025, representando 9,4% do total, percentual bem abaixo do de 2022, quando respondeu por 15,73%. Outros municípios também se destacam: Sena Madureira registrou 212 casos (5,98%), Tarauacá 181 (5,11%) e Feijó 109 (3,08%). Brasiléia, Epitaciolândia e Senador Guiomard também figuram entre os que apresentam números relevantes.
Somados, os municípios do interior já respondem por quase metade dos casos no estado, demonstrando que a violência doméstica não é um problema restrito às áreas urbanas mais densas, mas uma realidade presente em todo o Acre.
Até nos municípios isolados
O levantamento também aponta mudanças significativas em localidades que antes não apareciam nas estatísticas. Jordão, por exemplo, não havia registrado nenhuma ocorrência no mesmo período de 2023 e 2024, mas em 2025 já contabiliza 25 casos. Embora o número absoluto seja baixo, representa uma alteração brusca para um município que antes estava fora do radar.
A análise histórica reforça a tendência de crescimento contínuo. Em cinco anos, o Acre acumula um aumento de 111% nos registros de violência doméstica, confirmando a persistência de um problema que atinge todas as regiões do estado.