O Acre registrou 60 casos confirmados de infecções por Oropouche e Mayaro — doenças semelhantes à dengue — até o dia 21 de dezembro do ano passado, abrangendo dez municípios. Os dados, fornecidos pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), indicam um aumento em relação ao primeiro balanço divulgado em novembro de 2023, quando apenas seis cidades tinham casos confirmados, totalizando 48 registros.

As infecções por Oropouche foram detectadas em Acrelândia (8 casos), Brasiléia (1 caso), Feijó (3 casos, não incluídos no primeiro balanço), Manoel Urbano (8 casos, +5 casos), Porto Acre (5 casos), Rio Branco (32 casos), e Sena Madureira (1 caso). Já os casos de Mayaro foram registrados em Cruzeiro do Sul (3 casos), Mâncio Lima (1 caso, não incluído no primeiro balanço) e Rio Branco (1 caso).

Ambos os vírus apresentam sintomas semelhantes aos da dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O Mayaro, considerado “primo” da chikungunya, é endêmico na Amazônia e é transmitido pelos mosquitos do gênero Haemagogus, presentes em áreas de mata.

Segundo o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Edvan Meneses, os casos urbanos surpreendem, pois, historicamente, as infecções eram mais comuns em áreas rurais. Ele destacou mudanças no ciclo de vida do mosquito e a presença crescente das infecções em áreas urbanas.

O coordenador afirmou que a falta de testes para esses vírus em áreas urbanas contribuiu para a subnotificação. Com os novos registros, será realizada uma reorganização na rede de saúde, incluindo capacitação de profissionais, palestras e alertas para conscientização e combate às infecções.

Os sintomas dos vírus Oropouche e Mayaro incluem febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, vômitos em alguns casos, e são semelhantes aos da dengue e chikungunya. A Sesacre ressalta a importância de medidas preventivas para evitar a proliferação desses arbovírus.