“Ele era um tigre agressivo em março e abril, mas agora é um gato do mato”.
A comparação foi feita pelo infectologista italiano Matteo Bassetti.
Ele é o segundo médico italiano a levantar a hipótese de que a virulência que causa a Covid-19 está diminuindo.
“Os padrões eram outros em março e abril. As pessoas chegavam na emergência com uma doença muito difícil de administrar, precisavam de oxigênio e intubação”.
“Agora, até pacientes mais velhos, de 80 ou 90 anos, estão sentando na cama, sem suporte respiratório. Pacientes iguais, antes, estavam morrendo em dois ou três dias”.
O infectologista credita isso a uma possível “carga viral mais baixa no trato respiratório, provavelmente devido a uma mutação genética do vírus que ainda não foi detectada cientificamente”.
Quando outro médico italiano, o intensivista Alberto Zangrillo, levantou a mesma hipótese, foi desmentido pela Organização Mundial de Saúde.
Zangrillo chegou a dizer sobre o vírus, no começo do mês, que “clinicamente, ele não existe mais”.
É claro que os dois médicos estão falando da Itália, o primeiro país europeu a ser atingido em massa pelo novo coronavírus, chegando a quase 35 mil mortos.
Não é fácil falar em vírus enfraquecido com a conta mundial de vítimas fatais passando de 480 mil pessoas, mais do que os 405 mil que a malária levou no ano passado (sendo que que o parasita transmitido pelo mosquito Anopheles mata principalmente crianças abaixo dos cinco anos, africanas na esmagadora maioria dos casos).
Sem contar que o vírus mais estudado da história é esquadrinhado o tempo todo em sua estrutura diabolicamente simples.
Mas existe um outro argumento teórico pesando em favor – tudo hipoteticamente – da tese da virulência enfraquecida.
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