Uma operação conjunta da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal movimentou três municípios do interior do Acre e parte da capital ao investigar um suposto esquema para fraudar licitações bancadas com recursos federais. A ação mobilizou oito servidores da CGU e 35 policiais federais e mira suspeitas de que empresários e agentes públicos direcionavam contratos, simulavam concorrência e usavam documentos falsos para justificar a participação de empresas sem qualificação.

O foco da investigação recai sobre as adesões feitas por Senador Guiomard, Assis Brasil e Plácido de Castro à Ata de Registro de Preços da Prefeitura de Rio Branco. De acordo com a PF, essas adesões teriam sido usadas para manobrar contratações e dar aparência de legalidade a processos que, na prática, beneficiariam grupos específicos. Embora a ata seja da capital, a gestão de Rio Branco não aparece como alvo da operação.

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos: cinco em Rio Branco e três nos municípios que aderiram à ata. A Justiça determinou também o bloqueio de bens, imóveis e veículos, além do sequestro de valores equivalentes ao prejuízo estimado pelos investigadores, calculado em cerca de R$ 3,3 milhões.

As apurações começaram em fevereiro de 2025, quando a CGU identificou inconsistências em contratos financiados por emendas parlamentares e outros repasses federais. A partir desses levantamentos, a PF passou a investigar possíveis crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, uso de empresas de fachada e frustração do caráter competitivo das licitações.

Até o momento, os alvos são empresários e servidores ligados diretamente às contratações feitas pelos três municípios do interior. Os investigadores trabalham para definir o alcance do esquema e verificar se houve participação de outros agentes públicos ou ampliação da fraude para além das adesões já identificadas.