O Brasil celebra nesta quarta-feira (20) o Dia da Consciência Negra, data que marca não apenas a memória de Zumbi dos Palmares, morto em 1695, mas também a resistência histórica da população negra contra séculos de escravidão, violência institucional e desigualdade estrutural. O dia 20 de novembro se consolidou como um dos marcos do calendário nacional por simbolizar a luta de milhões de brasileiros por direitos, reconhecimento e dignidade.

Ao longo das últimas décadas, a data ganhou força em todo o país e passou a ser feriado em diversos estados e municípios. Em 2023, o Congresso Nacional aprovou a inclusão do Dia da Consciência Negra no calendário de feriados nacionais, reforçando seu caráter de reflexão e de compromisso com políticas de enfrentamento ao racismo.

Segundo dados do IBGE, mais de 56% da população brasileira se autodeclara preta ou parda, mas a desigualdade permanece evidente em praticamente todos os indicadores sociais. Pessoas negras representam a maior parte das vítimas de homicídios, concentram os menores salários, possuem menor acesso ao ensino superior e são maioria nas periferias urbanas. O Atlas da Violência mostra que jovens negros têm quase três vezes mais chance de serem assassinados em comparação com jovens brancos.

No mercado de trabalho, o quadro não é diferente. Mesmo com avanços recentes, trabalhadores negros continuam sendo os mais afetados pelo desemprego e pela informalidade. Nos cargos de liderança e direção, a presença negra ainda é excepcional, apesar de a população negra constituir a maioria dos brasileiros.

O Acre também vive essa realidade. No estado, a população negra representa parcela significativa da sociedade, mas enfrenta desafios históricos ligados ao acesso à educação, mobilidade social e oportunidades profissionais. Organizações locais, movimentos sociais e instituições públicas vêm promovendo ações, debates e atividades culturais neste 20 de novembro, destacando a importância de reconhecer a identidade negra acreana e fortalecer políticas de inclusão.

Para especialistas em direitos humanos, o Dia da Consciência Negra não deve ser visto apenas como uma data comemorativa, mas como um convite permanente à revisão das estruturas sociais e à construção de um país mais igualitário. A valorização da história, o combate ao racismo e o reconhecimento da contribuição cultural, econômica e intelectual da população negra são apontados como pilares fundamentais nesse processo.

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