Em uma longa entrevista ao podcast Na Pele do Cordeiro, o presidente do PRD no Acre, Pedro Valério, fez uma defesa enfática do governador Gladson Cameli e da vice-governadora Mailza Assis. Ao longo da conversa com o jornalista Evandro Cordeiro, nesta terça-feira (18), ele atribuiu a Gladson a “pacificação do estado” e afirmou que Mailza reúne as melhores condições para liderar a sucessão em 2026.
Segundo Valério, a “maior obra” do governador não foi uma obra física, mas política: encerrar o que ele chamou de perseguição dos mais fortes contra os mais fracos no Acre. Ele lembrou o período dos governos da Frente Popular e disse que Gladson “pacificou o estado” e “acabou com a perseguição em cima de pessoas mais fracas”.
O dirigente também voltou a criticar as investigações da Operação Ptolomeu, atribuindo-as a um ambiente de perseguição política. Na avaliação dele, o governador “pagou um preço alto” após dar grande espaço ao então vice na primeira gestão. “Ele passou quatro anos sendo perseguido pelo vice”, disse, ao lembrar que Cameli cedeu, naquele período, o comando de áreas estratégicas a aliados que depois se tornaram adversários.
Valério destacou ainda o que considera outro eixo central da gestão: o saneamento das contas públicas. Ele citou o pagamento em dia dos servidores, o décimo terceiro e a regularização de pendências com comissionados e fornecedores. “Hoje o estado tem as finanças saneadas”, resumiu, defendendo que o próximo governo deve aproveitar essa base para acelerar investimentos.
Na mesma linha, o presidente do PRD afirmou que Gladson deve sair candidato ao Senado e projetou uma vitória “estrondosa” em 2026. Segundo ele, o governador tende a ser o “cabo eleitoral fiel da balança” na próxima disputa estadual, influenciando diretamente a eleição para o governo e para a outra vaga de senador.
Ao falar da vice-governadora, o tom foi de elogio pessoal e político. Valério disse que Mailza Assis reúne “brios, princípios” e uma trajetória marcada pela fé. Para ele, a vice-governadora tem uma postura discreta, que fala “muito menos do que escuta”, e nunca criou problemas internos para o Palácio Rio Branco. “Ela nunca foi problema pro governador e sempre seguiu a orientação do líder”, afirmou.
Na visão do dirigente, essa lealdade, somada ao lugar institucional que ela ocupa, torna Mailza a candidata natural do governo em 2026. Ele lembrou que, por ser vice, ela não pode disputar cargos proporcionais sem renunciar ao mandato, o que reforça a defesa de que seu único caminho é concorrer ao governo. “Ela herdou o direito líquido e certo de ser candidata”, resumiu.
Valério também atribuiu à vice-governadora um papel decisivo na eleição do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, em 2020. Segundo ele, Mailza foi uma das principais fiadoras da candidatura, garantindo legenda, recursos e a aproximação com o governo estadual. Por isso, considerou “incompreensível” a possibilidade de o prefeito disputar o governo em confronto direto com a aliada que o ajudou a chegar ao cargo.
Sobre o quadro eleitoral de 2026, o presidente do PRD avaliou que a esquerda está “isolada e inviabilizada” no Acre e criticou a fragmentação da direita, que hoje ensaia três candidaturas ao governo: Mailza Assis, o senador Alan Rick e o prefeito Tião Bocalom. Ele classificou essa divisão como “erro crasso” e defendeu um movimento de unidade em torno da vice-governadora.
“Não há motivo para a direita do Acre se dividir em três candidaturas. É hora de maturidade”, declarou, afirmando acreditar ainda na possibilidade de recomposição. Valério disse esperar que, se não houver recuo de todos, ao menos parte desse campo político reavalie posições para evitar rachas que, no futuro, possam favorecer o retorno da oposição ao poder.
Mesmo sem ocupar cargos formais no governo com o PRD, Valério afirmou que o partido já decidiu apoiar o projeto de Mailza. Ele relatou ter recebido uma indicação pessoal de confiança de Gladson no passado, mas fez questão de separar essa relação da posição partidária. “O PRD entende que o melhor para o estado é a Mailza. Ela é a pessoa que reúne as melhores condições para fazer o governo que os acreanos necessitam”, concluiu.
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