As dívidas continuam pesando no orçamento das famílias do Acre. Um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC) mostra que 82% dos lares do estado estavam endividados em outubro. O dado representa o maior percentual registrado desde o mesmo mês do ano passado, quando o índice era de 76,1%.

O estudo foi elaborado com base em informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e revela que o cenário de endividamento segue em alta, mesmo com o avanço da intenção de consumo entre os acreanos.

Baixa renda concentra maior parte das dívidas

A pesquisa aponta que o peso das contas é sentido principalmente entre famílias com renda de até 10 salários mínimos, que representam 31,3% dos endividados. Já entre os lares com rendimentos acima desse valor, o percentual cai para 27,4%.

De acordo com a Fecomércio, o alto volume de dívidas pode limitar as compras durante a Black Friday e o Natal. A expectativa é que muitos consumidores voltem a recorrer ao crédito para manter o padrão de consumo, o que deve pressionar ainda mais o orçamento doméstico nos próximos meses.

Em setembro, outro levantamento da entidade já mostrava que 67% dos moradores de Rio Branco tinham dívidas a vencer nos seis meses seguintes.

Situação nacional também preocupa

Em nível nacional, o endividamento subiu pelo terceiro mês consecutivo e atingiu 79,5% das famílias brasileiras, segundo a CNC.

Perfil do endividado no Acre

A maioria dos devedores é formada por mulheres (53,5%), enquanto os homens representam 46,5% dos endividados. O estudo mostra ainda que 33,3% da população afirmou estar desempregada.

Outro dado que chama atenção é a faixa etária: 61,2% dos endividados têm entre 16 e 44 anos. Mais da metade deles (57%) declarou ter dificuldade para pagar as contas em dia.

Lei busca combater o superendividamento

Para tentar reverter esse quadro, o Acre sancionou, em abril, uma lei que cria a Política Estadual de Combate ao Superendividamento. A medida tem como objetivo promover a educação financeira, prevenir o endividamento e garantir a proteção do mínimo existencial das famílias.

A coordenação da política ficará a cargo dos órgãos estaduais de defesa do consumidor, com o apoio de instituições financeiras, universidades e organizações da sociedade civil.

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