Dólar acumula queda de 12% e Ibovespa sobe 15% no 1º semestre

O dólar fechou o pregão desta segunda-feira (30) em queda, acumulando baixa no mês de junho, no fechamento do segundo trimestre e, consequentemente, nos primeiros seis meses do ano.

Enquanto isso, o Ibovespa avançou, conforme os investidores seguiam de olho nas negociações comerciais dos Estados Unidos com seus parceiros, com dados econômicos no Brasil também no radar.

Fechando em queda de 0,88%, a R$ 5,435 nesta segunda, o dólar acumula perda ante o real de 12% no semestre. Nos últimos três meses, a baixa registrada foi de 4,76%. Na comparação de junho e maio, a baixa foi de 4,99%.

Já o Ibovespa, que fechou em alta de 1,45% no dia a 138.854,6 pontos, acumula alta de 15,55% nos seis meses até agora. No segundo trimestre, a alta foi de 6,7%. Em junho, de 1,43%.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a baixa volatilidade da moeda norte-americana no exterior, uma vez que os investidores seguravam suas apostas antes da divulgação de uma série de dados nesta semana e enquanto avaliam o atual cenário das disputas comerciais.

Cenário externo

Em relação ao comércio, os mercados entram nesta segunda na última semana completa antes do prazo para o fim da pausa nas tarifas abrangentes dos EUA em julho, com o presidente Donald Trump ainda sem fechar acordos comerciais com seus principais parceiros, como o Japão e a União Europeia.

Em um sinal positivo, o Canadá revogou seu imposto sobre serviços digitais voltado para empresas de tecnologia dos EUA no domingo, poucas horas antes de entrar em vigor, em uma tentativa de avançar nas negociações comerciais.

Na frente de dados, o destaque da semana será a publicação do relatório de emprego de junho nos EUA, na quinta-feira, com os agentes em busca de sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho que possam impulsionar as chances de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.

Nos últimos dias, operadores têm elevado as apostas em reduções de juros pelo banco central dos EUA na esteira de dados moderados de inflação e da maior pressão de Trump sobre a instituição para retomar o afrouxamento da política monetária.

Um dado fraco para a criação de empregos em junho pode gerar ainda mais expectativa por cortes de juros, o que favorece o real e outros pares do dólar. No momento, operadores projetam um corte de juros em setembro.

“Ainda consideramos um corte em julho prematuro, dado o intervalo de um mês até a próxima reunião. No entanto, dependendo dos dados disponíveis, o início do ciclo de afrouxamento — que esperávamos anteriormente para dezembro — pode ser antecipado para setembro”, disseram analistas do BTG em relatório.

O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,09%, a 97,280.

Cenário no Brasil

Na cena doméstica, o foco do mercado estava em torno de dados. O Banco Central informou nesta manhã que a dívida pública bruta do Brasil subiu menos do que o esperado em maio, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário menor do que a expectativa.

Mais tarde, as atenções estarão voltadas para números sobre a abertura de vagas formais de trabalho em maio, a serem publicados pelo Ministério do Trabalho e Emprego às 14h30.

A volatilidade do pregão pode ser afetada pela disputa pela definição da Ptax de fim de mês e trimestre. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

Na semana passada, operadores relataram à Reuters um fluxo maior na saída de dólares do país com a aproximação do fim do trimestre e após a derrubada pelo Congresso das novas alíquotas impostas pelo governo para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na sexta-feira (27), o dólar à vista fechou em baixa de 0,28%, a R$ 5,4831.

Analistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção para a inflação brasileira neste ano pela quinta semana consecutiva. O Focus mostrou que a expectativa para a inflação, medida pelo IPCA, é de 5,20% ao fim deste ano, acima da previsão de 5,24% na pesquisa anterior.

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