Em pleno centro de Acrelândia, no interior do Acre, tachões foram instalados de forma irregular pela prefeitura na Rua Geraldo Barbosa — exatamente em frente ao quartel da Polícia Militar, órgão que deveria zelar pelo cumprimento das normas de trânsito na cidade. A imagem registrada no sábado (8) evidencia uma prática proibida por legislação federal, mas que tem sido naturalizada pelas autoridades locais, inclusive por quem deveria fiscalizá-la.
Segundo moradores, a estrutura foi colocada pela gestão municipal como forma de controle de tráfego, mas contraria frontalmente a Resolução nº 336/2009 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que proíbe o uso de tachões ou tachas de forma transversal na pista com finalidade de redutor de velocidade. A norma é clara:
“Não é permitida a utilização de tachas ou tachões como redutor de velocidade, ondulação transversal ou faixa elevada.”
O motivo é técnico e de segurança: esse tipo de instalação pode causar danos aos veículos, acidentes com motociclistas, prejuízos ao pavimento urbano e riscos à integridade física dos usuários da via — além de desrespeitar as boas práticas de engenharia de tráfego.
A indignação da população aumentou após a viralização da imagem, que mostra o conjunto de tachões ao lado de viaturas e da estrutura montada pela própria Polícia Militar. “A PM vive cobrando respeito às leis, mas convive com uma irregularidade crassa bem na sua porta. Isso não é só ironia, é descaso”, comentou um morador em mensagem compartilhada com o site.
Embora a instalação tenha sido feita pela prefeitura, a omissão da Polícia Militar chama atenção, já que em Acrelândia é a corporação quem exerce, de fato, a fiscalização do trânsito, devido à ausência de um departamento municipal ou de agentes próprios.
Há alternativas legais para o controle de velocidade, como:
- Lombadas físicas padronizadas e regulamentadas (Resolução nº 600/2016 do Contran)
- Faixas elevadas para travessia de pedestres
- Sinalização adequada de advertência
- Redutores físicos conforme o Manual Brasileiro de Sinalização
Até o momento, nem a Prefeitura de Acrelândia nem o comando local da PM se pronunciaram sobre o caso.
Enquanto isso, os tachões permanecem no local — como um símbolo de que o cumprimento da lei, por ali, é seletivo.