Apontado como o principal nome do PCC fora dos presídios, Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, foi preso na tarde de sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. A prisão foi realizada pela Polícia Federal, com apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC), e pode levar à expulsão ou extradição do criminoso ao Brasil.
Segundo a PF, Tuta foi inicialmente detido por uso de documento falso. As diligências apontaram que o brasileiro estava envolvido em um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A Folha de S. Paulo confirmou sua identidade pouco depois do anúncio oficial.
A Polícia Federal informou ainda que há indícios de que o preso foi recentemente condenado no Brasil por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos. Ele também constaria na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, o que teria acelerado sua captura.
Tuta era foragido desde 2020, quando foi o principal alvo da Operação Sharks, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em parceria com a Polícia Militar. A investigação mirava a nova cúpula da facção após a transferência de Marcola e outros líderes para presídios federais.
Na ocasião, foram expedidos 12 mandados de prisão. Apenas dois foram cumpridos; um dos alvos morreu em confronto com a PM e nove seguiram foragidos — entre eles, Tuta. A operação também resultou em outras duas prisões em flagrante.
Integrante da chamada “Sintonia Final da Rua”, Tuta é tratado como o substituto direto de Marcola na estrutura do PCC fora das cadeias. A promotoria aponta que ele teria envolvimento com roubos a banco, tráfico de drogas e articulações para fuga de lideranças do sistema penitenciário federal. Também seria responsável por ordenar ataques a autoridades públicas como forma de retaliação às ações de repressão contra o grupo.
Fonte: Terra